13/02/2019

Caixa Geral de Depósitos: Um regabofe para o povo pagar




Mário Russo 
O que tenho lido sobre a CGD, nem Al Capone se lembraria de fazer. O PS, PSD e CDS têm distribuído benesses de marajá das Índias a figurões dos partidos. A maioria sem qualquer conhecimento da área bancária. Incompetentes que se serviram de uma instituição pública para favorecer amigalhaços. Nada de diferente do que aconteceu com o BPN e outros bancos privados, usados como veículos de transporte de dinheiros públicos para outros tantos figurões que têm vivido às custas das tetas do Estado.
Quem paga é o povo, mais uma vez, porque os supervisores, auditores, tudo gente muito especialista que ganha verdadeiras fortunas, não acham nada de estranho a empréstimos de milhões e milhões para operações de bolsa ou imobiliárias de elevado risco, mas considerados normais, porque não “há sempre alguém que diz NÃO”. Todos dizem sim, vergonhosamente.
O Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, tem sido um espectador do fartar vilanagem dos últimos anos na banca nacional, que sistematicamente é salva pelo Estado. Mas o Estado, somos nós, que pagamos os impostos, que em vez de canalizados para a melhoria de vida dos portugueses, na saúde, educação e infraestrutura, é delapidado, sem pudor, por sucessivos governantes incompetentes que jogam a sorte em roletas russas de casinos clandestinos por onde se esfumaçam verdadeiras fortunas do erário público, com a culpa a morrer sempre solteira.
Agora vai haver uma audiência à auditoria ao assalta à mão desarmada que se passou na CGD por figurões do PS, PSD e CDS, e o Banco de Portugal vai analisar. Mas eu pergunto, o que vai analisar? Quem vai analisar se não conseguem ver um elefante passar na frente do edifício?  Tudo se passou na frente dos narizes dos pretensos supervisores bancários, sem a menor desconfiança de que estavam a celebrar empréstimos ruinosos e criminosos? Empréstimos a figurões para jogar na bolsa de valores? Mas o que é isso senão crime e criminosos?
Carlos Costa e os seus pares deveriam ser julgados e condenados a bem da moralização da vida pública. Portugal está falido e muita gente ainda não percebeu, porque o país não tem como suportar tamanho regabofe: BPN, BPP, Banif, BES, BCP, Novo Banco e CGD.
Farto-me de rir quando cidadãos portugueses criticam as roubalheiras em outros países, como se estivesses num modelo de virtudes. Infelizmente é o mesmo desastre. Não acredito que se altere seja o que for porque os políticos da praça são os coronéis que comandam os destinos do povo carneiro, como os Al Capones das máfias amedrontavam populações e as saqueavam.
Estou farto de ouvir dos “experts”, em gamanço, dizer que é fundamental “salvar” bancos. Que é imperativo para a saúde financeira e económica do país, mesmo sabendo que das outras vezes deu sempre errado, se mantém o velho e estafado discurso da roubalheira. Uma vergonha.
Está na hora de emergir uma nova geração de protagonistas na política sem vínculos a estes partidos anquilosados e cheios de mofo, que ocupem postos públicos com honra para servir a população e não para se servirem. Chega de pulhas a ocupar os lugares públicos cheios de benesses e prebendas para roubar o que é do povo. Haja vergonha.