06/07/2015

E DEPOIS DO OXI? GREXIT?



Daniel Braga 
   Que os gregos tremendamente pressionados pelos dois lados da barricada (credores e Syryza) deram uma bela lição de democracia e mostraram que, do seu ponto de vista, estavam fartos desta trapalhada para o qual foram empurrados, a votação quase massiva no Não demonstrou_o! Mas… nestas coisas há sempre um mas…e agora? Como será o “day after”? Aquilo que para uns é pura chantagem e para outros uma estrondosa afirmação de legitimidade, trará algo de substancialmente diferente no medir de forças de uma negociação que para muitos se revela quase impraticável e exequível? As próximas horas e dias o dirão, mas que este extremar de posições de ambas as partes não augura nada de bom é bem visível a qualquer leigo mais distraído. Mas certezas também não as há e a única verdade que se constata é que passou mais um dia, os Bancos gregos continuam fechados, as longas filas perduram e a vida na Grécia se vai deteriorando em lume brando, deixando à nora milhares de pessoas e de pensionistas. E nesta falta de vontade de haver acordo a culpa não vai morrer solteira pois ambos não ficam nada bem na fotografia: uns pela incapacidade de construiram um diálogo válido, verdadeiro e capaz na harmonização  e união de esforços e vontades no sentido de se proporcionar uma saída airosa e honrosa para um acordo sério e real e outros pela incapacidade de, perante as dificuldades e a guilhotina que lentamente se abate sobre o povo grego, mostrarem vontade de avançarem para reformas credíveis e sérias e não andarem constantemente através de caminhos sinuosos, de avanços e recuos, do dito pelo não dito, como se tudo isto não passasse de uma espécie do esconde esconde, até um se cansar e se fartar da brincadeira. O povo grego escolheu o seu caminho é verdade, mas não me parece ainda irremediável que, mesmo perante uma escolha clara do NÂO à austeridade crua e cega, estejam os caminhos todos fechados a um entendimento que seja do contento de todos: Grécia e União Europeia. Porque caso contrário, com uma possível saída da Grécia do Euro e da UE, haverá apenas vencidos e todos sairão a perder com maior ou menor grau.