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| Hercília Oliveira | 
Eu não desejo uma ditadura porque me apetece ser ditadora, ou subjugar quem  for; quem me conhece e comigo convive de perto, sabe que não sou nem nunca fui  esse tipo de pessoa.
Bem pelo contrário, sinto prazer em proporcionar  a quem me rodeia todo o bem estar que estiver em minhas  possibilidades ,  nunca tentando impor o que quer que  seja e muito menos as minhas ideias.
O meu desejo de ditadura, é pela falta de autoridade e de respeito de que  eu, e outros cidadãos que como eu, não prejudicam nem vivem à custa do Estado  cumprindo o melhor que sabem e podem os seus deveres de cidadão, e que são   vítimas quando encontram pela frente  os que realmente têm neste país, toda a  liberdade para por em acção a libertinagem de que   este tipo de regime dita democracia, lhes proporciona  e têm toda a impunidade fazendo sentir uma insegurança e um desânimo que dá  vontade de fugir para bem longe, porque este país não é o" meu", mas sim um  lugar perigoso onde só os bandidos vivem felizes.
A situação que hoje, segunda-feira, passei dentro de um autocarro público  com a as atitudes de dois jovens de (mais ou menos) 14 e 17 anos, mostrando o  seu grande potencial de delinquentes e quem sabe, futuros criminosos perigosos,  jamais esquecerei. 
Sim..., porque ao roubo, soube eu depois..., já se dedicam eles! E tudo,  porque educadamente e com "jeitinho" lhes chamei à atenção para o acto de  vandalismo que estavam praticando no veículo!
Eu levaria uma daquelas cargas de porrada, eles o disseram ali  publicamente..., se estivesse no exterior! E eu tive a certeza de que o  fariam.
Não tive medo, e enfrentei-os de uma forma que até eu desconhecia ser  capaz. Não podia de maneira nenhuma, ficar sem reacção ao que estava assistindo  e ao ataque pessoal que dois fedelhos me estavam fazendo...!
Não vou entrar em mais pormenores, pois num espaço destes é impossível  alongar descrevendo, e também porque são cenas difíceis de descrever e que só  quem assistiu pode avaliar.
E o mais chocante..., foi assistir à cobardia que a maioria dos  passageiro que estavam por perto e que eram homens, tiveram perante o que se  passava!
Não que eu precisasse de ajuda para me defenderem, pois nunca me amedrontei  e não me inibi de lhes dizer o que mereciam..., mas pela sua atitude de cobardia  que espelha bem porque é que este país está como está! Falta de reacção ao que  lhes fazem os que todos os dias os desgraçam em nome do Estado.
As mulheres, que entraram mais tarde e se aperceberam do que já no fim se  tinha passado, reagiram dignamente fazendo corar os machos mansos se tivessem um  pouco de vergonha!
Por tudo isto, é que ultimamente eu tenho por vezes já não só sentimentos  de revolta com o rumo que este meu país e esta sociedade tomou, mas também,uma  enorme vontade de chorar...!
Não de medo..., mas sim pela sensação de tristeza e impotência que sinto, e  uma grande vontade de baixa os braços...

