Joaquim Jorge: entrevista ao jornal Público

Esta entrevista pelos 7 anos do CdP saiu corrida em conversa, com a opinião do jornalista , a minha opinião ,e não pergunta-resposta ,podendo tornar-se subjectiva e dá azo a  várias interpretações.

O jornalista Pedro Sales Dias que já conhecia da Media Capital , é uma espécie de freelancer , fazendo trabalhos para o jornal Público. A foto é de José Veludo.

Muitas coisas que disse foram omitidas , outras sintetizadas, etc.

Deste modo teço algumas considerações e esclarecimentos que acho importantes.

O Clube não foi criado para organizar somente debates , foi criado par dar voz aos cidadãos e esclarecer os cidadãos , no blogue , nos debates, já tivemos um programa de rádio ( aberto à participação das pessoas , começou no Rádio Clube e depois RCM) , artigos de opinião, chegamos a ter um programa de televisão num canal local em que eram convidados cidadãos que frequentavam o clube), etc.

O insistir em aparecer! A questão é que procuro chamar à atenção , pois é mesmo muito difícil tirar as pessoas de casa ao longo de 7 anos. A qualidade dos convidados , a ajuda de alguma imprensa , e porque não dizê-lo, a qualidade do debate em si , discutindo-se coisas interessantes , faz o resto. Se a Imprensa acha que é noticia e importante , muito agradeço a sua divulgação.

A recusa de apoios prende-se no seguinte: alguém politico ou empresário que nos queira apoiar e depois condicionar com pedidos , sugerindo convidados , eu não aceito. Os parcos apoios que temos são de pessoas que nos ajudam sem impor nada e sem condições.

O Clube não tem hierarquias deste modo não há presidente ou cargos. Fundador do Clube , isso sim , sou, mas não é nenhum cargo , é o que é.

Inscrevi-me no PS ,há muito tempo, num impulso , para ajudar numa eleições interna dramática e que desabocou como previ e alertei , na perda da CM Porto pelo PS , por minudências , lutas internas e pessoais ( Fernando Gomes vs. Nuno Cardoso) .

O não conseguir intervir e não ter um padrinho , tem que ver que a minha filiação partidária aconteceu aos 45 anos , comecei tarde no partido , não vinha da juventude partidária e não ter um "padrinho" , alguém que nos ajude a perceber o funcionamento fechado e controlador da vida interna de um partido , tem dificuldade em fazer ouvir a sua voz. Como não tenho perfil para estar num partido saí a bem sem ressentimentos , além disso deixei bons amigos no PS e sempre que é possível convido para vir ao CdP , ainda recentemente esteve presente Francisco Assis e Maria de Belém.

Faço parte da comissão de honra de Luís Filipe Menezes (LFM , ao ir para o Porto pode fazer muita coisa boa e é bom para a cidade e sua população) , mas eu nem voto no Porto. Já fiz parte da comissão de honra de Garcia Pereira na candidatura pelo MRPP a deputado por Lisboa, na AR ( achei na altura que a sua presença na AR seria importante) , fiz parte da comissão de honra na primeira candidatura presidencial de Manuel Alegre ( achei importante a sua candidatura fora dos partidos e era uma lufada de ar fresco). E , farei parte de outras comissões de honra de outros amigos se me pedirem e na altura achar que é importante e bom para os cidadãos , essa pessoa em causa.

A CMG , nunca me deu nada , nem tem que dar , mas tenho uma relação de amizade e cordial com LFM e vou continuar a ter, estou à vontade, vivo em Gaia há 37 anos.Conheço Gaia antes de Menezes e depois.Só tenho pena que ele tenha que sair de Gaia , por limitação de mandatos.

Como cidadão não estou coartado de exercer os meus direitos de cidadania , intervir e ter opinião sobre a vida política . Em Portugal gosta-se muito de se catalogar tudo. José Sócrates pertenceu à JSD e foi líder do PS e PM . Durão Barroso foi do MRPP , líder do PSD , PM e é Presidente da UE.Qual é o mal nisso?

O que quis dizer ,que posso ir para outro sítio fora de Gaia , o novo inquilino da CMG tem que ser alguém que me respeite a mim e ao Clube e não o hostilize . Pois estou em Gaia e a visibilidade do Clube dos Pensadores é uma mais-valia para a cidade. Até agora isso aconteceu...Se no futuro houver mudança de relacionamento posso ponderar sair de Gaia.

Por fim , omitiu quem me tem ajudado mais , apesar de eu ter falado - Mário Russo , professor no Politécnico de Viana , um amigo , colaborador do blogue e meu ,desde a primeira hora. Alguém culto, perspicaz e que desde cedo percebeu o que estava  a fazer.

Por fim, a pessoa que está aos berros para não fazer o debate não era estudante , era uma manifestante filiada num partido politico ( omito o nome do partido por respeito ao partido e aos muitos amigos que tenho nesse partido e que já vieram ao Clube) , funcionária nesse partido e com um bom ordenado ,é de Santa Maria da Feira  não passa fome e não tem dificuldades.

As redes sociais dão para exacerbar ao limite um facto mas também dá para se descobrir quem o fez e porque o fez!

Quando o jornalista me interpelou que se fala muito de mim nas redes sociais , eu retorqui com ironia dizendo:  "sou importante" e ri-me. Só se fala de quem tem que se lhe diga como diz o provérbio português e o Woody Allen também diz : falem de mim , nem que seja bem. Foi uma forma de glosar e não dar importância demais a tudo isso , relativizar o que não depende de mim , mas de outros. As pessoas têm toda a liberdade de fazerem o que entendem e de falarem do que entendem. Do mesmo modo quem critica é passível de critica.

Quem faz algo pode ser criticado e a critica também pode ser criticada , e não é o fim desse processo. Torna-se um nó górdio sobre emitir opinião, sem fim.

JJ