09/02/2013

O que se passa no PS?

António Costa é uma personalidade distinta no PS e na vida nacional e muitas vezes apontado como excelente candidato a liderar o partido. Foi número dois de Sócrates e, por coincidência, ao deixar o seu Ministério para assumir a Câmara Municipal de Lisboa, o Governo do PS e Sócrates foram deslizando num plano inclinado para o charco.

Os amigos de Costa sentiram que Seguro pode ser o próximo PM e arregimentaram um coro de valentes exigindo que a passadeira vermelha seja estendida a Costa, amigo de Sócrates para o reabilitar.
O entourage à volta de Costa pressiona-o a avançar para a liderança do partido. Na frente deste cortejo estão os lambe-botas de Sócrates, como Pedro da Silva Pereira e Santos Silva, que só causa urticária.
Acontece que hoje o PS tem um líder, pese embora publicamente reconhecido como um líder sem carisma, do tipo menino do coro da igreja. Com efeito, António José Seguro tem todas as características do cordeiro pascal. É transitório e será sacrificado na Quaresma.  Mas queira-se ou não, é o líder democraticamente eleito pelos militantes e deveria ser respeitado. Chegou ao partido com uma missão dificílima de dar uma imagem de seriedade ao partido após um consulado de trafulhices e de falta de caráter do então líder. Tentou distanciar-se das práticas de Sócrates como pode, mas tinha sempre nos calcanhares os cães de fila do antigo líder. Tem tentado afirmar-se negando qualquer “contacto” com as políticas de PPC, resvalando para o inconsequente. O que é do contra porque o contra é do contra.

Os recentes episódios de reuniões e das exigências de Costa para que Seguro una o partido e a sua aceitação destas exigências, só reforçam a ideia da fraqueza de Seguro e da sua impreparação para ser o líder do partido e, menos ainda do país. Faz um grande favor a PPC.
De facto, António Seguro presta um mau serviço a todos os títulos. Ao partido e ao país. É confrangedor a sua forma cobarde de encarar esta submissão. Se fosse um líder a sério, logo que apareceu Costa a fazer exigências, deveria “dar um murro na mesa” e convocar imediatamente eleições antecipadas e exigia a clarificação. Seria melhor perder uma eleição do que ser tratado como impreparado e incompetente para liderar o partido. Um cordeiro.
Aliás, reforça a má prestação que teve na entrevista ao editor de economia da SIC, José Gomes Ferreira, que mostrou invulgar impreparação para ser PM. Com efeito, a deterioração da situação do país e a prestação deste Governo exigem que o PS tivesse mais que estruturado um programa alternativo e as medidas que implementaria, o seu impacto e como concretizar o plano. Mas nada disso acontece. António J Seguro tem um discurso vago, populista e não sabe nem faz a menor ideia de como resolver o problema do país. Claro que assim galvaniza as gentes de Sócrates/Costa a acuá-lo e a prestar-se ao ridículo e patético papel de andar em reuniões com alguém que lhe puxou as orelhas.
Mário Russo


Qualquer das posições é demonstrativa de que o principal partido da oposição não é recomendável, para desgraça de um país ligado à máquina na UTI.