17/02/2013

Conceito de democracia

Miguel Mota
Os portugueses, incluindo os mais ilustres politólogos, falam constantemente na “nossa democracia”, por oposição à tenebrosa ditadura derrubada em 25 de Abril. Eu gostava que me explicassem quais são as principais liberdades que consideram necessárias para um sistema ser considerado democracia.

Um exemplo, entre muitos. Luís Marques (Expresso de 12-2-2013) começa o seu escrito dizendo “O sistema político português, uma democracia bastante estranha...”

Parece que lhes basta, para estarem em democracia, não haver aquela censura estúpida e ineficaz.

Eu gostava que me dissessem, também, se consideram compatível com o conceito de democracia um sistema em que os cidadãos não se podem candidatar a deputados e que, quando vão votar – para elegerem quem, presumivelmente em seu nome, irá legislar e governar – apenas têm a imensa liberdade de escolher uma lista – com ordem fixa e vários ilustres desconhecidos – entre meia dúzia delas, elaboradas ditatorialmente por outras tantas pessoas.

Fui sempre contra a outra ditadura. Considerando os resultados, acho esta muito pior.