A meta dos quatro mil milhões está complicada de atingir , e a solução, é mais ponderação e análise da situação , isso requer tempo e mais prazo.
Há alguma
resistência a medidas mais drásticas de alguns ministros e os portugueses agradecem alguma calma , pois em vez de curarmos da constipação morremos de pneumonia.
Haver eleições autárquicas em Setembro de 2013 é um bálsamo para a austeridade e os portugueses agradecem. Há eleições legislativas em 2015, o governo começa a pensar nesses cenários.
Paulo Macedo reclamou de novo uma
«discriminação positiva» para a Saúde; Nuno Crato jurou que não haverá «aumento
do horário de trabalho» para os professores; e até o novo secretário de Estado
do Emprego afirmou que «a reforma do Estado não tem necessariamente que implicar
qualquer tipo de despedimento ou o afastamento de pessoas».
É preciso mudar de estilo e de estratégia , alguma folga e dar tempo ao tempo. A destruição do emprego continua imparável . Em três meses desapareceram 125 mil empregos. São quase um milhões de desempregados ( 923.000) . O pior disto tudo , mais de metade dos desempregados está há mais de um ano à procura de emprego . Por outro lado mais de metade não recebe qualquer apoio.
Com a recessão a
agravar-se (os números do PIB divulgados ontem foram ainda piores do que o
previsto), as exportações a cair.O cenário é negro.
A sétima revisão da
troika no fim deste mês pode marcar a viragem da intransigência para alguma flexibilidade
Vamos ver se é possível ter mais tempo e se a troika é sensível a essa chance de corrigir o défice mais lentamente .
O regresso aos mercados de dívida foi um bom sinal.
O desemprego tem um efeito devastador, com a perda de trabalho perde-se uma parte importante da nossa identidade e na participação na sociedade. Se estas medidas forem para a frente com mais desemprego é uma bomba-relógio para quem o sofre e suas famílias. Não é humano, é preciso pensar nestas pessoas e mudar de prioridades .
Se houver mais tempo e mais suavidade nas medidas abre-se uma janela de oportunidade . Vamos ter fé...
JJ