16/02/2013

Uma pontinha de fé...

A  meta dos quatro mil milhões está complicada de atingir , e a solução, é mais ponderação e análise da situação , isso requer tempo e mais prazo.
Há alguma   resistência a medidas mais drásticas de alguns ministros e os portugueses agradecem alguma calma , pois em vez de curarmos da constipação morremos de pneumonia.

Haver eleições autárquicas em Setembro de 2013 é um bálsamo para a austeridade e os portugueses agradecem. Há eleições legislativas  em 2015, o governo começa a pensar nesses cenários.

Paulo Macedo reclamou de novo uma «discriminação positiva» para a Saúde; Nuno Crato jurou que não haverá «aumento do horário de trabalho» para os professores; e até o novo secretário de Estado do Emprego afirmou que «a reforma do Estado não tem necessariamente que implicar qualquer tipo de despedimento ou o afastamento de pessoas».

É preciso mudar de estilo e de estratégia , alguma folga e dar tempo ao tempo. A destruição do emprego continua imparável . Em três meses desapareceram 125 mil empregos. São quase um milhões de desempregados ( 923.000) . O pior disto tudo , mais de metade dos desempregados está há mais de um ano à procura de emprego . Por outro lado mais de metade não recebe qualquer apoio.

Com a recessão a agravar-se (os números do PIB divulgados ontem foram ainda piores do que o previsto), as exportações a cair.O cenário é negro.

A sétima revisão da troika no fim deste mês pode marcar  a viragem da intransigência para alguma flexibilidade
Vamos ver se é possível ter mais tempo e se a troika é sensível a essa chance de corrigir o défice mais lentamente .

O  regresso aos mercados de dívida foi um bom sinal.
 
O desemprego tem um efeito devastador, com a perda de trabalho perde-se uma parte importante da nossa identidade e na participação na sociedade. Se estas medidas forem para a frente com mais desemprego é uma bomba-relógio para quem o sofre e suas famílias. Não é humano, é preciso pensar nestas pessoas e mudar de prioridades .

Se houver mais tempo e mais suavidade nas medidas abre-se uma janela de oportunidade . Vamos ter fé...

JJ