O Rock
in Rio estava cheio desses jovens, para isso têm eles dinheiro! - Dizem os
mesmos inteligentes
Qualquer festival está sempre cheio desses mesmos “tesos”
!
E os
restaurantes? Principalmente os mais caros, sempre cheios!!! Então onde está a
crise??! Continuam os tais analistas de meia tigela.
Pois
é, felizmente Portugal continua a ter 60 ou 70% dos seus habitantes com
capacidade para fazer algumas coisas de que gostam. Se assim não fosse o
desemprego seria 20, 30 ou 40% em vez dos atuais 15,2%. Os jovens
estariam todos no desemprego em vez dos 37% que hoje
acontecem.
Crise…
quer dizer que é cada vez maior o número dos que passam mal, dos
que não têm emprego, dos que têm de ver os filhos a sofrer com fome e falta de
tudo, dos que não podem comprar os medicamentos, dos que não podem pagar as suas
dívidas, dos que não se sentem bem nos seus empregos, dos que ficam vulneráveis
às tentações da marginalidade, dos que perdem a esperança no futuro, dos que
decididamente desistem ,de forma passiva ou ativa, de viver e proteger a sua
família.
Vejam
que são sempre os mesmos que continuam a frequentar os ambientes
dispendiosos. Pertencem aos 60 ou 70% dos que ainda estão bem, ou são os
“penetras” que sempre existiram e vão continuar a existir. É bom que estes dois
grupos se mantenham vivos:- uns porque podem animar a economia e moderar
o crescimento do desemprego; -os outros porque são a
comprovação do habitual espírito dos jovens.
Que
prova? Que raio de satisfação dá a alguns a frase :Vês, vês, olha para estes
tipos! Onde está a crise??!!
Atrevo-me a dar a minha opinião. Está nesta coleção de decisores
competentíssimos que tiram aos que vivem mais ou menos e aos que vivem mal.
Nestes decisores que não conseguem remediar o que “os outros” fizeram mal, o que
está identificado e a necessitar de correção. Está nestes decisores
que fazem cada vez pior e provocam a degradação das capacidades e
forças de recuperação do país, que estão a criar as condições para
que cada vez andemos mais de rastos em vez de podermos endireitar as costas.
Está nestes senhores que estão a provocar a inevitabilidade de um novo
empréstimo agiota, ainda mas agiota.
Façam
festivais (de preferência com bandas nacionais) e não deixem de comer fora de
casa.
José Carvalho
nota-
Texto escrito ao abrigo de qualquer desacordo. A repetição dos sinais de admiração e
interrogação e a ausência de outros, procura o "acordo" com a prosa.