2. Nunca este provérbio, a nosso ver, assentou tão bem, como uma luva em Portugal, como agora.
3. Ao perpassar os olhos sobre o País o que vejo: milhares de pessoas estendendo a mão à caridade, junto do Banco Alimentar; milhares de pessoas sendo apoiadas pela Cáritas Portuguesa. Há que destacar o trabalho imparável que a Igreja tem feito em prol das famílias mais necessitadas. Era importante que a Conferência Episcopal Portuguesa, reunida em Fátima, fizesse ouvir a sua VOZ, mais vezes, junto dos órgãos do Poder em Portugal. Agora em Fátima, no dia 13 de Maio, o Bispo de Leiria tentou desmistificar os mercados. D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, de vez em quando, levanta o véu sobre os sacrifícios que a maioria dos portugueses estão passando. Porém, a meu ver, não chega.
4. Recuemos um pouco no tempo e verifiquemos, como o nosso País, foi capturado:
5. Ao ouvir o juiz jubilado do Tribunal de Contas, Carlos Moreno, sobre as PPP rodoviárias, na Comissão Parlamentar, considerou os contratos, como uma vergonha nacional e os milhões de euros que os portugueses têm que pagar às concessionárias que fazem parte desses contratos. E ainda das blindagens, como esses contratos foram efectuados. Que deveria ser publicado uma lista com os nomes dos bancos, das consultoras e das construtoras que não estão dispostas a reduzir as rendas excessivas.
5. Ora, a meu ver, juridicamente, todos os contratos podem ser renegociados, embora muitos iluminados neste País, (com que intenção) defendam que os contratos são para cumprir. Tudo bem e o ESTADO DE NECESSIDADE DO PAÍS! E A SITUAÇÃO DE PRÉ - BANCARROTA? E SE NÃO HOUVER DINHEIRO? Só esta situação permite às AUTORIDADES deste País ter legitimidade para pressionar a outra parte para vir, à mesa, renegociar. Todavia, é necessário que haja vontade politica do Governo. Pergunto: HAVERÁ? Nunca assentou tão bem a frase, como agora: “O Governo é forte com os fracos e fraco com os fortes”.
6. Recordo também, há pouco, o ar triunfante do Sr. Ministro da Economia, considerando um marco histórico, por ter conseguido reduzir até 2020, mil oitocentos milhões de euros, junto das empresas que recebem rendas da EDP. Pura ilusão.
7. De seguida, o Sr. Mexia, veio aos órgãos de comunicação social informar os portugueses – porque todos somos “parvos” - passe a expressão, de que a EDP iria contribuir com quarenta a sessenta milhões para o esforço que todos nós estamos fazendo. Porém, de imediato, acrescentou: sessenta por cento dos lucros da EDP provêm dos negócios do exterior: TUDO BEM! E eu mais uma vez pergunto: PORQUE NÃO BAIXA O PREÇO DA LUZ. Milhões de portugueses vêm pagando preços políticos da luz. Será para as obras das dez barragens que estão na calha? Tecnicamente, certos especialistas, de mérito internacional, vêm afirmando que as dez barragens, pouco ou quase adiantam, no aumento da produção da electricidade. Não esquecer, que há uns anos também se fizeram 10 Estádios? Para quê? São 10 elefantes brancos. Sobrou para algumas autarquias…
8. Por economia de tempo e de espaço, vou terminar, prometendo voltar outra vez a este tema. Tomava a liberdade e a ousadia de deixar aos leitores esta ideia: Quando é que o ESTADO se libertará destas amarras?
9. Mal vai o País, quando milhões de seres - neste caso, portugueses - trabalham para grupos económicos poderosos que, como lapas, asfixiam o Governo e tudo fazem para que Portugal não cresça e desenvolva. Assim, não vamos lá…
António Augusto Ramos Calhau