05/09/2011

AFINAL EM QUE FICAMOS...!


Andamos há que tempos a ouvir os entendidos dizer que tínhamos de mudar de vida..., que o país vivia acima das possibilidades, as pessoas endividaram-se para tudo e na maior parte das vezes para comprar coisas supérfluas, mas nada se fazia para alterar a situação, e as pessoas sabendo que nunca conseguiriam pagar o que estavam consumindo (com a cumplicidade dos próprios bancos), continuaram se endividando sempre naquela velha lógica portuguesa de que alguém pagaria por eles!
O Estado, através do mau funcionamento e demora dos tribunais, se encarregaria de resolver o problema dos cidadãos, e a UE, se encarregaria de resolver as dividas do Estado, saldando-as!
As pessoas que estão atentas ao que se passa à sua volta, há muito que estranhavam todo este crescimento (!?) que dava a sensação de que de repente toda a gente tinha enriquecido, ou então o país estava sendo "ocupado" por seres vindos não se sabia bem de onde!
A construção civil crescia em todo e qualquer lugar que ainda estivesse livre, nascendo como cogumelos. Todas as construções tem lojas, como de repente todo o comercio da China aqui se viesse instalar. Claro que uma grande parte delas nunca foram usadas, e outras tantas vão aos poucos fechando portas.
A frota automóvel tornou-se das mais actualizadas e de uma gama média alta.
As roupas de marca, e tudo que fosse associado ao exibicionismo do falso status, explodiu...!
As férias passaram a ser em Cancún ou República Dominicana..., sim..., porque isto de fazer férias económicas é para aqueles parvos que se preocupam em pagar os impostos e as contas!
Agora, os credores bateram à porta pedindo o que lhes estão devendo, e todos os que diziam e sabiam que iríamos ter dias difíceis e apertar o cinto, estão muito revoltados com certos cortes. Pelos vistos achavam que a crise já tinha passado e que tudo iria decorrer mais ou menos na calma!
Então as corporações e os sindicatos, são muito engraçados...! Tudo que seja alterar ou tirar não, concordam com nenhuma medida..., e se puderem ainda conseguir algo mais tudo bem.
Os funcionários públicos, com uma crise desta dimensão, estão preocupados, imaginem só..., com a não progressão da carreira!?
Contentes por ter emprego, pelos vistos não lhes é suficiente!?
Que vai doer..., vai, mas para alguns, vai ser um meio de reaprender a viver com o que se tem e deixarem-se de tanta vaidade parola.
Pior..., bem pior, vai ser para quem não tem nem vai conseguir emprego tão cedo.


Hercília Oliveira