Tenho ouvido aqui, em Portugal, o anúncio de uma mega manifestação em Angola a realizar-se no dia 7 contra o atual presidente do país, como se fosse de facto uma realidade e um evento de grande alcance, tal como aconteceu no Egito, na Líbia e demais países do norte de África.
Pela internet também se inunda de publicidade o hipotético evento. Jornalistas portugueses prestam-se a alimentar este sonho de uma meia dúzia de saudosos da Unita sediados em Portugal.
Querer associar os regimes do norte de África ao regime que se vive em Angola só pode ser por total ignorância. No entanto, gentes saudosas de Savimbi, o tirano sanguinário que mergulhou aquele país africano numa sangrenta guerra entre irmãos, alimentam o desejo de se tornarem poder através de uma imaginária contra-revolução, aproveitando os acontecimentos de insurreição popular iniciada na Tunísia e que eclodiu no Egito, contaminando o norte de África, porque o povo se indignou com tais regimes.
Acedendo à internet se constata que alguns desses saudosos não se coíbem de fazer power points para o youtube a convocar o povo angolano para a contra-revolução almejada, usando a verdade e a mentira, como tão bem dominava Savimbi.
Essa mega manifestação só está na cabeça de meia dúzia de saudosos de Savimbi e de medíocres jornalistas portugueses, porque no espírito do povo angolano está o desejo de manter-se em paz. Paz que veio propiciar o desenvolvimento exponencial que o país tem vindo a atravessar. As infra-estruturas destruídas selvaticamente no período de guerra estão a ser recuperadas. A população começa a sentir os benefícios da paz porque os programas de reabilitação paulatinamente vão suprindo as necessidades em energia, em água, em vias de comunicação decentes, em bens alimentares, em segurança e em liberdade.
Hoje viaja-se de carro no país de norte ao sul sem problemas, coisa impossível antes do fim do líder amado da Unita.
O país tem uma oposição que faz críticas. Tem jornais semanários com os seus artigos virulentos o suficiente que nos surpreendem pela total liberdade da sua difusão, que atestam viver o país numa democracia, pese embora a sua imperfeição, como todas, em maior ou menor grau, o são.
Quero dizer com isto que não existem problemas em Angola? É evidente que não. Há um caminho a ser feito e o país está a encetar esse caminho. Houve eleições há dois anos atrás e correram bem e de forma livre. O governo fez promessas eleitorais e o Presidente José Eduardo dos Santos está empenhado em cumprir, bastando ver o programa das obras por todo o país no seu Programa de Investimentos Públicos (PIP), para responder ao que prometeu. Há um combate à corrupção que se nota logo que se chega ao aeroporto de Luanda, hoje muito funcional e 100 vezes melhor que apenas há 2 anos atrás.
Já há portugueses que lá trabalham que dizem que a tradicional “gasosa” para vender facilidades é recusada por vários agentes da administração pública, que é sintomático desse esforço. Mas há um longo caminho a percorrer. O que não podemos é exigir que uma nação mergulhada numa guerra fratricida possa exibir os padrões de democracia da Europa, que demorou séculos a se pacificar e democratizar. Uma imprensa que acolhe desejos espúrios e os alimenta como facto consumado e de relevância é que não me parece nada avisado, nem tão pouco salutar. Não destruam o caminho de paz que Angola está a percorrer. Em Portugal temos o dever de ajudar a não desestabilizar aquele país, por questões de ordem ética e moral, e não alimentar uma desnecessária guerra.
Mário Russo
*novo acordo ortográfico ainda não em vigor
Pela internet também se inunda de publicidade o hipotético evento. Jornalistas portugueses prestam-se a alimentar este sonho de uma meia dúzia de saudosos da Unita sediados em Portugal.
Querer associar os regimes do norte de África ao regime que se vive em Angola só pode ser por total ignorância. No entanto, gentes saudosas de Savimbi, o tirano sanguinário que mergulhou aquele país africano numa sangrenta guerra entre irmãos, alimentam o desejo de se tornarem poder através de uma imaginária contra-revolução, aproveitando os acontecimentos de insurreição popular iniciada na Tunísia e que eclodiu no Egito, contaminando o norte de África, porque o povo se indignou com tais regimes.
Acedendo à internet se constata que alguns desses saudosos não se coíbem de fazer power points para o youtube a convocar o povo angolano para a contra-revolução almejada, usando a verdade e a mentira, como tão bem dominava Savimbi.
Essa mega manifestação só está na cabeça de meia dúzia de saudosos de Savimbi e de medíocres jornalistas portugueses, porque no espírito do povo angolano está o desejo de manter-se em paz. Paz que veio propiciar o desenvolvimento exponencial que o país tem vindo a atravessar. As infra-estruturas destruídas selvaticamente no período de guerra estão a ser recuperadas. A população começa a sentir os benefícios da paz porque os programas de reabilitação paulatinamente vão suprindo as necessidades em energia, em água, em vias de comunicação decentes, em bens alimentares, em segurança e em liberdade.
Hoje viaja-se de carro no país de norte ao sul sem problemas, coisa impossível antes do fim do líder amado da Unita.
O país tem uma oposição que faz críticas. Tem jornais semanários com os seus artigos virulentos o suficiente que nos surpreendem pela total liberdade da sua difusão, que atestam viver o país numa democracia, pese embora a sua imperfeição, como todas, em maior ou menor grau, o são.
Quero dizer com isto que não existem problemas em Angola? É evidente que não. Há um caminho a ser feito e o país está a encetar esse caminho. Houve eleições há dois anos atrás e correram bem e de forma livre. O governo fez promessas eleitorais e o Presidente José Eduardo dos Santos está empenhado em cumprir, bastando ver o programa das obras por todo o país no seu Programa de Investimentos Públicos (PIP), para responder ao que prometeu. Há um combate à corrupção que se nota logo que se chega ao aeroporto de Luanda, hoje muito funcional e 100 vezes melhor que apenas há 2 anos atrás.
Já há portugueses que lá trabalham que dizem que a tradicional “gasosa” para vender facilidades é recusada por vários agentes da administração pública, que é sintomático desse esforço. Mas há um longo caminho a percorrer. O que não podemos é exigir que uma nação mergulhada numa guerra fratricida possa exibir os padrões de democracia da Europa, que demorou séculos a se pacificar e democratizar. Uma imprensa que acolhe desejos espúrios e os alimenta como facto consumado e de relevância é que não me parece nada avisado, nem tão pouco salutar. Não destruam o caminho de paz que Angola está a percorrer. Em Portugal temos o dever de ajudar a não desestabilizar aquele país, por questões de ordem ética e moral, e não alimentar uma desnecessária guerra.
Mário Russo
*novo acordo ortográfico ainda não em vigor