Jota ao Quadrado 13-2-2011

Caro Joaquim Jorge,

Vi ontem o Jota ao Quadrado, embora não tenha apanhado o princípio do programa.

Concordo com as suas judiciosas palavras excepto, como já tenho dito, quando fala da "nossa democracia".

Estava a pensar perguntar-lhe se, para si, uma mentira repetida muitas vezes passa a ser verdade quando o ouvi falar exactamente nesse aforismo. É que, para mim, algo que eu sei ser mentira, não passa a ser verdade mesmo que a repitam milhões de vezes.

Não lhe parece que é altura das pessoas, especialmente aquelas que antigamente se queixavam de não vivermos em democracia, de agora exigirem um sistema democrático, em vez da ditadura que nos impuseram? A menos que considerem "democracia" um sistema em que os cidadãos não se podem candidatar a deputados e, como estou cansado de repetir, a única "liberdade" que têm é a de escolher uma de meia dúzia de listas - com ordem fixa! - feitas ditatorialmente por outras tantas pessoas, para, presumivelmente em nosso nome, irem legislar e governar. Como essas são as mais importantes de todas as eleições, pois delas depende tudo o mais, não há "inconveniente" em deixar berrar à vontade; quando chega a altura de votar, os pobres eleitores não têm mais hipóteses de escolha. Ou acham que eu sou demasiado exigente ao querer, para as eleições para a Assembleia da Republica - repito, as mais importantes de todas - a mesma liberdade que temos para eleger o Presidente da República?

Um abraço.

Miguel Mota