16/10/2010

A SEVERA AUSTERIDADE


As medidas de austeridade plasmadas neste orçamento de Estado vão provocar uma espiral de descontatamento e consequente manifestações que podem tornar-se incontroláveis.
Em França com a eminente falta de combustível e os camionistas a bloquearem as ruas e centros de abastecimento , caminha a passos largos para o caos. Repare-se, tudo isto, devido à reforma das pensões , um cidadão francês passa a reformado , não aos 60 anos , mas sim , aos 62 anos com um período de transição de 1o anos até 2020.
Aqui já estamos nos 65 anos , o período de transição seria até 2015 , mas foi antecipado por reais interesses de estado. Ontem a Ministra de Saúde aventou a hipótese da idade da reforma passar para os 70 anos! Sintomático! Alguém reagiu ou disse algo? Não. País frequentado por gente branda e distraída.

Não sou economista mas pensando como um qualquer , se me reformar mais tarde , tapo o lugar a alguém mais novo . O desemprego é enorme , como se vai resolver tudo isto? O meu filho é um estudante aos 20 anos, um desempregado aos 25 anos e um trabalhador precário aos 65 anos? Penso que é melhor ter um Estado com dívidas mas educado , em que os nossos filhos tenham outra educação. Parecemos mais um país de ricos ( empreendedores , inteligência , capacidade, ideias ) nas mãos de um governo pobre . O dever de um governo é fazer com que os seus cidadãos enriqueçam e não quem está no poder, esse governo e quem gravita à volta.

Não sei se este governo tem margem de manobra para retomar a iniciativa para superar a crise. A confiança interna está no grau zero. O governo perdeu autoridade e demonstra irresponsabilidade ao não se responsabilizar numa quota parte do que se está a passar. A fome vai-se instalar , os despejos por falta de cumprimento da hipoteca da casa , mortes de gente sem dinheiro para medicamentos, etc.
Este governo ou outro qualquer , não tem poder, estão nas mãos de forças acima do Estado , que impõe a seu bel-prazer medidas de inexorável cumprimento . Mas é evidente a perda de prestígio em simultâneo do Governo e da oposição que tem conduzido ao alheamento da sociedade e a dificuldade de diálogo . Os cidadãos não confiam no governo nem tão pouco em quem o pode substituir. Este círculo vicioso de cinismo e desconfiança , sem solução à vista e sem sabermos como nos podemos libertar deste tipo de partidos . O poder e a responsabilidade estão nas mãos dos cidadãos em mudar tudo isto em próximas eleições e. ou, forçarem uma maior participação da sociedade civil sem partidos.
Os portugueses têm tido muita paciência e uma vida de paciência mas ela está a esgotar-se.

JJ