14/08/2010

SURREALISMO MUSICAL


Quem como eu fez a chamada Guerra Colonial ou do Ultramar como operacional em zona de 100%,durante 4 anos e meio,saberá ajuizar aquilo que pretenderei neste pequeno escrito,dizer.

Já lá vão quase 30 dias desde que o flagelo dos incêndios florestais teve início. Pelas imagens captadas pelas diversas TV´s no terreno, verifica-se o esforço denodado e valente de todos os bombeiros empenhados neste verdadeiro combate. Chamas alterosas, surgem daqui e dali,de repente,cercam os combatentes,provocam vítimas entre os mesmos,mortos e feridos, o combate é enorme,como enorme é a coragem daqueles homens e mulheres.

Incêndio dominado,rescaldo concluído e momentos depois,poucas horas,volta a atacar o inimigo,desta vez com ainda mais violência, e os soldados da paz lá estão, esforçados, corajosos sem vacilar,verdadeiros combatentes contra um inimigo bem visível, que tudo leva a crer é coordenado por figuretas invisíveis.Só pode ser. Surgem cirurgicamente e quase com arremedo de profissional de guerrilha. Nesta vida e nestas situações não há coincidências; são demasiadas.

A poucos quilómetros da zona onde se trava uma guerra de vida e morte, aqueles que reclamam em altos berros pelos seus direitos, que nunca limpam as suas matas e terrenos, que tinham isso sim a obrigação cívica e moral de se voluntariarem na ajuda aos soldados da paz,foram encontrados,pelas mesmas TV`s. naquilo que para mim é surrealista, num bailareco festivaleiro,com música ao vivo e a cores,nas festividades,agora inusitadas de um qualquer santo padroeiro lá da terra,enquanto ao longe as chamam iluminam este surrealismo musical. Bem à Portuguesa; o País arde a poucos quilómetros,e eles dançam!

Quase que dá vontade de dizer: Deixa Arder!


Oliveira Neves