Francisco Azevedo Brandão
Uma das qualidades que eu admiro em J.J. é a sua grande generosidade em relação às pessoas, sobretudo à actuação de alguns políticos, atribuindo-lhes virtudes e competências que a mim, confesso, me custa a vislumbrá-los. Não sei se esta minha «miopia» se deverá à minha incapacidade intelectual e política ou se está inquinada de preconceitos ideológicos que não me deixa, com a lucidez e a honestidade intelectual que sempre procuro pautar as minhas opiniões e convicções, analisar com imparcialidade os atributos e as competências que os outro vêem e eu não vejo. Vem isto a propósito do texto «DESGASTE» que J.J. escreveu no dia 27 do corrente, a respeito de José Sócrates, do seu governo e do orçamento de Estado para 2010. Neste texto, a sua generosidade está bem patente na seguinte afirmação: «O maravilhoso de José Sócrates não convence como antes, tem decepcionado muita gente, MAS CONTINUA A SER O GUIA PARA SE VER UMA LUZ AO FUNDO DO TÚNEL». Confesso que fiquei perplexo com esta tirada, sobretudo com a segunda parte que transcrevo com maiúsculas. Contrariamente a esta convicção de J.J., que eu respeito, acho que José Sócrates tem sido o guia que nos tem levado por um caminho sem retorno, parecendo querer-nos lançar para um precipício onde não haverá salvação possível. Este governo é um governo de gente medíocre, escolhida no seio do funcionalismo público, eivado de vícios estruturais e profissionais que a não deixa enxergar para além do seu nariz e dos seus interesses pessoais e mesquinhos em detrimento do bem público, governo comandado por um primeiro-ministro fragilizado pelas suas inúmeras «trapalhadas» nunca explicadas, assessorado por um Ministro das Finanças que mais parece um funcionário das finanças com a preocupação de açambarcar a todo o custo taxas e impostos dos contribuintes do que implantar um sistema financeiro credível e eficaz para tirar Portugal da crise em que está atolado até ao pescoço. Não basta, J.J. «o corte dos honorários do presidente da República, do primeiro-ministro, membros do governo, deputados da Assembleia da República, administradores das empresas públicas» É preciso muito mais! Contrariamente ao que diz: que não há muitos caminhos para sair da crise», eu digo que há muitos outros caminhos que a vontade política e a competência intelectual de alguns estadistas (que ainda os há) podem e devem traçar para salvação do povo português, mormente no estabelecimento de reformas sérias e eficazes na Justiça, no Ensino e na Acção social. Em minha opinião, o sector que mais precisa de uma reforma é o Ensino. O que tem sido feito até agora é apenas a criação de «homo mecanicus» e «homo ciberneticus», despidos de alma e de valores éticos que alicercem o conhecimento com a humanidade. A educação em Portugal tem falhado retumbantemente por estar apenas virada para a competitividade e o sucesso a todo o preço, esquecendo que a dimensão humana não se reduz a esta fé materialista e racionalista, parâmetros fugazes e virtuais que levam o Homem à frustração e ao desespero
Uma das qualidades que eu admiro em J.J. é a sua grande generosidade em relação às pessoas, sobretudo à actuação de alguns políticos, atribuindo-lhes virtudes e competências que a mim, confesso, me custa a vislumbrá-los. Não sei se esta minha «miopia» se deverá à minha incapacidade intelectual e política ou se está inquinada de preconceitos ideológicos que não me deixa, com a lucidez e a honestidade intelectual que sempre procuro pautar as minhas opiniões e convicções, analisar com imparcialidade os atributos e as competências que os outro vêem e eu não vejo. Vem isto a propósito do texto «DESGASTE» que J.J. escreveu no dia 27 do corrente, a respeito de José Sócrates, do seu governo e do orçamento de Estado para 2010. Neste texto, a sua generosidade está bem patente na seguinte afirmação: «O maravilhoso de José Sócrates não convence como antes, tem decepcionado muita gente, MAS CONTINUA A SER O GUIA PARA SE VER UMA LUZ AO FUNDO DO TÚNEL». Confesso que fiquei perplexo com esta tirada, sobretudo com a segunda parte que transcrevo com maiúsculas. Contrariamente a esta convicção de J.J., que eu respeito, acho que José Sócrates tem sido o guia que nos tem levado por um caminho sem retorno, parecendo querer-nos lançar para um precipício onde não haverá salvação possível. Este governo é um governo de gente medíocre, escolhida no seio do funcionalismo público, eivado de vícios estruturais e profissionais que a não deixa enxergar para além do seu nariz e dos seus interesses pessoais e mesquinhos em detrimento do bem público, governo comandado por um primeiro-ministro fragilizado pelas suas inúmeras «trapalhadas» nunca explicadas, assessorado por um Ministro das Finanças que mais parece um funcionário das finanças com a preocupação de açambarcar a todo o custo taxas e impostos dos contribuintes do que implantar um sistema financeiro credível e eficaz para tirar Portugal da crise em que está atolado até ao pescoço. Não basta, J.J. «o corte dos honorários do presidente da República, do primeiro-ministro, membros do governo, deputados da Assembleia da República, administradores das empresas públicas» É preciso muito mais! Contrariamente ao que diz: que não há muitos caminhos para sair da crise», eu digo que há muitos outros caminhos que a vontade política e a competência intelectual de alguns estadistas (que ainda os há) podem e devem traçar para salvação do povo português, mormente no estabelecimento de reformas sérias e eficazes na Justiça, no Ensino e na Acção social. Em minha opinião, o sector que mais precisa de uma reforma é o Ensino. O que tem sido feito até agora é apenas a criação de «homo mecanicus» e «homo ciberneticus», despidos de alma e de valores éticos que alicercem o conhecimento com a humanidade. A educação em Portugal tem falhado retumbantemente por estar apenas virada para a competitividade e o sucesso a todo o preço, esquecendo que a dimensão humana não se reduz a esta fé materialista e racionalista, parâmetros fugazes e virtuais que levam o Homem à frustração e ao desespero