01/08/2009

Legislativas à vista! Quem nos acode?



Que opções eleitorais para o próximo Governo de Portugal se nos apresentam, a nós, eleitores, que em Setembro próximo, teremos que deliberar em consciência, atentando no melhor rumo que as nossas próprias vidas poderão vir a levar, a partir dessa etapa dramática?
Os tempos que correm não nos vão permitir a aventura do voto de zangado ou idealista por meras motivações intelectuais e de moda.

Porque zangado, preocupado com o presente e com o futuro, só um lírico descontrolado é que não o estará, nesta altura das nossas vidas. Espero bem que não venhamos a colocar a cruz nos mesmos quadrados das “europeias”. É que não é preciso ser-se muito inteligente para perceber que passaríamos a ter um país ingovernável, à mercê de muitos escolhos e de ameaças das mais diversas, como aconteceu frequentemente nestes últimos tempos, apesar do Governo ter apoio maioritário no Parlamento.

Muitas vezes tive oportunidade de criticar algumas medidas de Sócrates neste mandato que ora termina.

Mas não penso que a insensatez dos eleitores possa chegar ao ponto de não lhe permitir admitir que Sócrates e o seu Governo tiveram a coragem suficiente para assumirem reformas antipáticas mas necessárias e inadiáveis. Daquelas que já deviam ter sido tomadas há muitos anos, há décadas, algumas.

Eu próprio, dada a minha idade, no limiar entre usufruir de regalias sociais incomportáveis para o nosso Orçamento (como em tantos milhares de casos concretos que todos nós observamos) e ter de me contentar com outras menos vantajosas, poderia representar um desses votos zangados. Mas inconsequentes, julgo eu.

Criticar por criticar, sem se apresentarem autênticos projectos alternativos, limitando-nos a dizer que não fazemos promessas com medo do risco de as não poder cumprir na íntegra, só demonstra falta de coragem e de capacidade de luta para enfrentar os gravíssimos problemas que temos pela frente.

Criticar por criticar, apresentando projectos aventureiros, para agradar à onda da moda esquerdista, também não é solução, como bem se pode perceber.
Teremos então de escolher entre um Governo que dá o peito às balas, homens sem descanso, que não conhecem desfalecimentos e um outro, liderado por alguém que não me parece com a energia requerida a um Primeiro Ministro, muito menos nas actuais circunstâncias.
Qual a melhor opção? Cada um que pense em si, mas não se esqueça que estamos a escolher um Governo para todos os Portugueses.

António Nunes
Leiria, 31 de Julho de 2009