08/05/2009

GRIPE de QUÊ?


Mário Russo

Já se escreveu muito sobre a gripe suína, baptizada de gripe A, por medo que os produtores de carne de porco (dos EUA) sofressem os efeitos do pânico - que é a maior das doenças que começa a manifestar-se na nossa sociedade do século XXI.

É certo que a globalização trará problemas de contaminação diversa e muitas vezes difusa, fruto da mobilidade de pessoas, animais e mercadorias a uma velocidade jamais experimentada anteriormente. Incluindo-se a transmissão de medos e pânicos para favorecer interesses económicos obscuros. Aliás, os medos serviram sempre alguns interesses, no passado, como no presente.

Todos se recordarão da gripe das aves (H5N1) e dos alertas catastróficos anunciados pelas mesmas pessoas da OMS. Seriam mais de 20 milhões de mortes.
Apareceu o anti-viral Tamiflu e outros, que dizem às mãos do ex-secretário de defesa Donald Ramsfeld. Milhões de milhões foram facturados à custa desta gripe, ao que a ciência consegue garantir, mas letal que esta H1N1, sem as mortes anunciadas, felizmente. Morreram mais portugueses nas estradas o ano passado que pessoas com esta gripe das aves no mundo todo.

O que me espanta é que a mesma senhora da OMS, vem de novo alarmar o planeta com esta gripe, sem explicar que diferença faz para a gripe comum que vitima os mais fracos todos os anos. É um pouco mais forte, etc,. etc., mas que tem cura. Que há medicação para a combater. Que há medidas profiláticas aplicáveis nestes casos.

Porquê a pressa em alarmar com esta gripe, que nem me espanta, ante a ganância de lucros mais que patente, enquanto fica impávida e serena quando em África estão a morrer todos os dias aos milhares com malária, com gripes comuns, com diarreias, com verminoses e com fome.

Porquê este silêncio criminoso? Porque são negros? Porque não estão no “quintal” dos EUA? Porque não são europeus?

Porque não há o bom senso de encarar como mais uma velha doença que pode causar um surto e por isso merece cuidados extra, porém sem alarmes? Daqui a um ou dois meses tudo acabou e mais uns milhões de milhões se foram aos cofres das farmacêuticas e o número de mortes será o mesmo que acontece todos os anos com as gripes nossas velhas conhecidas.