No último artigo “Pensamentos”, deixei uma mensagem para os leitores: «Tenhamos confiança e esperança que a cimeira seja benéfica para todo o mundo. Vamos aguardar com serenidade e expectativa as conclusões da cimeira». Assim foi... Os líderes das vinte principais potências alcançaram um consenso histórico em Londres, comprometendo-se a injectar uma “chuva” de dinheiro contra a crise. Nos compromissos assumidos pelo G20, anunciados pelo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, incluem-se incentivos ao comércio global, ajuda às economias com maiores dificuldades e aos países mais pobres e um maior controlo financeiro.
São cerca de 1100 mil milhões de dólares para ajudar a relançar a economia global confrontada com a sua pior recessão em mais de meio século. Se o dinheiro fosse entregue directamente aos cidadãos, cada habitante do Planeta Terra receberia à volta de 120 euros. Para ajudar as economias mais afectadas pela recessão triplicaram-se os recursos disponíveis ao Fundo Monetário Internacional que passa a poder prestar auxílio até um montante total de 750 mil milhões de dólares. Trata-se de um acréscimo de 500 mil milhões de dólares à capacidade de ajuda do FMI que será financiado pelo Japão, China, União Europeia, Estados Unidos e Arábia Saudita. Outra decisão importante foi o facto de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ter de publicar a lista dos paraísos fiscais e aqueles que se recusarem a partilhar informação financeira sobre as contas bancárias serão alvo de sanções. Os líderes das principais potências mundiais decidiram, também, criar um fundo de crédito às exportações, para tentar travar a queda do comércio internacional. Este fundo disporá de 250 mil milhões de dólares para facilitar o acesso das empresas exportadoras dos países emergentes ao crédito. As 20 maiores potências mundiais, visivelmente satisfeitas com as conclusões da cimeira, concordaram voltar a reunir-se ainda este ano, durante a Assembleia Geral da ONU marcada para Setembro, para reavaliarem a situação económica global.
Logo após a Cimeira do G20, os Mercados reagiam positivamente, com sessões de fortes ganhos, entre 3% e 6% na Europa e nos EUA. O petróleo disparou mais de 8%, registando o maior ganho das últimas semanas e a moeda única valorizou fortemente.
Tal como noutras cimeiras, várias centenas de pessoas manifestaram-se contra a realização deste evento. Nas ruas de Londres, movimentos radicais de Esquerda, foram os mais activos. Por cá, em Portugal, como é habitual, Jerónimo de Sousa e Francisco Louça colocaram em causa a composição e a legitimidade do G20. Por outro lado, desvalorizaram o facto dos países presentes em Londres, representarem 85 por cento do Produto Interno Bruto mundial e concentrarem dois terços da população do planeta. Se a Coreia do Norte e Cuba lá estivessem, o discurso seria outro...
António José Gonçalves
São cerca de 1100 mil milhões de dólares para ajudar a relançar a economia global confrontada com a sua pior recessão em mais de meio século. Se o dinheiro fosse entregue directamente aos cidadãos, cada habitante do Planeta Terra receberia à volta de 120 euros. Para ajudar as economias mais afectadas pela recessão triplicaram-se os recursos disponíveis ao Fundo Monetário Internacional que passa a poder prestar auxílio até um montante total de 750 mil milhões de dólares. Trata-se de um acréscimo de 500 mil milhões de dólares à capacidade de ajuda do FMI que será financiado pelo Japão, China, União Europeia, Estados Unidos e Arábia Saudita. Outra decisão importante foi o facto de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ter de publicar a lista dos paraísos fiscais e aqueles que se recusarem a partilhar informação financeira sobre as contas bancárias serão alvo de sanções. Os líderes das principais potências mundiais decidiram, também, criar um fundo de crédito às exportações, para tentar travar a queda do comércio internacional. Este fundo disporá de 250 mil milhões de dólares para facilitar o acesso das empresas exportadoras dos países emergentes ao crédito. As 20 maiores potências mundiais, visivelmente satisfeitas com as conclusões da cimeira, concordaram voltar a reunir-se ainda este ano, durante a Assembleia Geral da ONU marcada para Setembro, para reavaliarem a situação económica global.
Logo após a Cimeira do G20, os Mercados reagiam positivamente, com sessões de fortes ganhos, entre 3% e 6% na Europa e nos EUA. O petróleo disparou mais de 8%, registando o maior ganho das últimas semanas e a moeda única valorizou fortemente.
Tal como noutras cimeiras, várias centenas de pessoas manifestaram-se contra a realização deste evento. Nas ruas de Londres, movimentos radicais de Esquerda, foram os mais activos. Por cá, em Portugal, como é habitual, Jerónimo de Sousa e Francisco Louça colocaram em causa a composição e a legitimidade do G20. Por outro lado, desvalorizaram o facto dos países presentes em Londres, representarem 85 por cento do Produto Interno Bruto mundial e concentrarem dois terços da população do planeta. Se a Coreia do Norte e Cuba lá estivessem, o discurso seria outro...
António José Gonçalves