04/02/2009

Um terço do preço de um carro novo vai para o imposto


António Costa


Ainda na semana passada expus aqui o problema que o sector automóvel está a viver e que parece ter piorado. De acordo com as últimas estatísticas da ANECRA, as vendas de veículos ligeiros em Portugal terão caído mais de 50% só no mês de Janeiro. Sendo Portugal um dos únicos países da Europa em que a tributação dos carros se faz de forma discriminatória face aos seus parceiros Europeus, ( Imposto automóvel + IVA 20% ) a quebra anunciada não é mais do que o principio de um processo de despedimento massivo, de cerca de 100.000 trabalhadores nos próximos meses. Face a esta situação, que infelizmente está espalhada pela Europa fora, mas que em Portugal vai ser muito pior face á carga fiscal, a Comunidade Europeia prepara-se para anunciar um pacote de medidas no âmbito de estimular o sector. Medidas essas, que passam pela diminuição significativa do IVA, e por uma orientação ao governo Português para abolição do I.A. Não querendo influenciar ninguém, se porventura está a pensar comprar uma viatura nova ou semi-nova em breve, esta não será de todo a melhor altura para fazê-lo, não obstante a existência de campanhas anunciadas pelas marcas, que em nada são boas para a bolsa dos consumidores ( atenção às letras minúsculas que passam em rodapé "é comprar gato por lebre", TAEG acima dos 8% neste momento, não se admite em lado nenhum). Esperar pelos próximos meses, pode significar uma poupança na ordem dos 30%. Não é certo que as medidas possam surgir, mas se pensarmos bem, não existe outra solução a não ser abolição da carga fiscal para dar a volta ao cenário trágico do desemprego que vai surgir, caso contrário, o sector pode fechar metade dos concessionários e oficinas ainda existentes, já para não falar no retorno á frota velha que faz lembrar os velhinhos carros dos anos oitenta. Lembrem-se que cerca de 34% do valor do veículo vai para o Estado, o valor mais elevado da Europa.