06/12/2008

PS estica a corda : pode cair


Mário Russo

A teimosia do PS em manter o estatuto dos Açores como está, aumentando a autonomia do Arquipélago, revela uma estratégia política pouco sensata, cujo desfecho poderá ser a dissolução do parlamento em plena turbulência económica.

O Presidente Cavaco Silva não pode trair os portugueses e, sobretudo, os futuros presidentes da república, deixando passar incólume este estatuto que menoriza o poder do PR. A teimosia do PS só pode ter duas leituras, ambas equivalentes. A primeira é forçar o confronto com o PR para que haja a queda do governo, e a outra por imbecilidade política, coisa que este grupo parlamentar já deu mostras de competência nesta matéria.

Quanto à primeira, o executivo poderá estar apavorado com as contas públicas e querer sair o quanto antes deste filme. Se assim é, então que fale a verdade. Talvez Sócrates tenha assegurado um tranquilo lugar de vendedor mor do Magalhães mundo afora, agora em exclusividade, muito mais proveitoso que a chatice de aturar portugueses que o não compreende.

No segundo caso, a alienação e autismo habituais deste governo, apoiado por um grupo parlamentar dócil e obediente, pensam retirar dividendos políticos enquanto o PSD anda às aranhas à procura de líder, emergindo com nova maioria absoluta.

Com uma crise de confiança que abala a economia real, esta estratégia de confronto é irresponsável e pode ser algo que o povo, que não é estúpido, não goste nada. A explicação do patético líder parlamentar do PS é elucidativa.

Não serei o único que pela primeira vez não votará em quem está a brincar com o país numa altura muito séria.