01/08/2008

"NÃO" : MUITO ACTUAL !


Isabel Carmo


Há temas que estão sempre na actualidade, quer por esta ou por outra razão, “NÃO” parece que se tornou no tema de preferência, quer por trazer muita desilusão a muita gente, quer por obrigar a pensar, aqueles que, por comodidade, andavam com preguiça de o fazer…

Quando ainda está quente um assunto é que devemos abordá-lo, para que não arrefeça e caia no esquecimento ou lhe criem umas “nuances” e apareça com outro aspecto… claro que falo da Irlanda e do resultado “Não” da consulta que fez ao povo, no que respeita ao Tratado de Lisboa, referindo-me a um artigo apresentado por Joaquim Jorge, na altura, que aliás achei excelente.

Mas não ficámos por aqui. Hoje ouvi nas notícias que o Presidente da Polónia também não ratifica o tratado de Lisboa…
Parece que a República Checa também mantém e dúvida…

De tudo o que já ouvi e li, parece-me que este tratado tem umas “tonalidades” de “má fé”, porque, caso contrário, nunca apareceria como sendo condição “sine qua non” a assinatura dos vinte e sete, para ser válido. Isto parece-me uma imposição pouco democrática ou tentativa de camuflar quaisquer coisas que poderão ser pouco convenientes para alguns; uma democracia muito pouco democrática… Aliás, acho pouco perceptível o que li do mesmo…

Com o “Não” Irlandês, ficámos a saber que esse povo, ou foi muito bem elucidado pela campanha do “não”, ou a campanha do “sim” não encontrou estratégias suficientes para abafar a vontade popular. É sempre muito útil confiar na sabedoria do povo e por isso consultá-lo sempre que há que decidir algo que lhe diga respeito. Não acredito que meia dúzia de cabeças possa saber o que pensam milhares de outras… e que ponham e disponham das suas vontades… por outro lado, o referido pelo Presidente da Polónia, pareceu-me muito bem e inteligentemente observado.

Também concordo que “os líderes políticos europeus não podem continuar com este sectarismo de impor uma constituição a qualquer preço”, e, sobretudo, têm de passar a ter mais sensibilidade social perante os problemas reais das pessoas, em plena crise económica… É importante que a Europa seja transparente e democrática, mostrando que respeita todos indistintamente.


frequente no blogue , professora e poetisa