JOAQUIM JORGE
Aborto e educação sexual
A paixão exacerbada sobre este assunto, provocando fracturas na sociedade portuguesa, não se devia pôr. Cada um, neste caso cada mulher, deveria decidir se faz a IVG (interrupção voluntária da gravidez). É um assunto de foro íntimo e que ninguém teria nada haver com isso. A decisão é da sua consciência e individual. Aliás, a autorização da pílula abortiva nos hospitais decretada pelo governo é uma medida sensata e vem ao encontro da necessidade de esbater este “pseudo-problema”. É considerado crime por uma mulher fazer um aborto. Porque é que não se pune uma pessoa por se matar? Também pôs termo à vida, não sejamos hipócritas. Pois, já está morta, não há nada a fazer.
Deveremos apostar na prevenção como forma de evitar a IVG. Se os adoslecentes tiverem uma educação sexual correcta, em que se fale de sexo naturalmante e sem preconceitos atávicos e passadistas, isso irá contribuir pelo conhecimento dos vários métodos de contracepção para a diminuição de gravidezes indesejáveis assim como o flagelo das doenças sexualmente transmissíveis, HIV, hepatite B, etc. A premência deste tema ser abordado nas escolas de uma forma transversal nas diversas disciplinas contribuirá para diminuir drasticamente este problema global à escala mundial. O conhecimento deste tema e o falar-se de uma forma aberta e franca no crescimento e desenvolvimento sexual, relações pessoais, gravidez e parto,não deve ser preocupações para os pais, como ser cedo de mais educar sexualmente os seus filhos e ao falar-se de sexo aos jovens vão querer experimentá-lo.
O contrário parece ser verdadeiro. As pesquisas sugerem que a educação sexual não encoraja uma actividade sexual precoce. De facto,um estudo recente realizado nos EUA, pelo instituto Guttmacher, indicou que o número de casos de gravidez de adolescentes era consideravelmente baixo em países industrializados que tinham uma atitude liberal face ao sexo,serviço acessível de contraceptivos para os jovens e programas eficazes e formas de educação sexual. Uma coisa é a inocência outra é a ignorância.
Referendo
Vamos realizar um referendo no dia 11 de Fevereiro, data marcada pelo Presidente da República. A campanha iniciou-se legalmente a 30 de Janeiro, mas já está no terreno há muito tempo. Este processo tem custos enormes na sua realização e no esgrimir de argumentos até à sua data.Verba no orçamento digna, para combater a corrupção não há, mas há para realizar pela segunda vez o referendo sobre o aborto. O primeiro referendo realizou-se em 1998, com uma abstenção de 51,88%, em que o NÃO, obteve 50% e o SIM 48%.
Porque é que em vez de estarmos a fazer um novo referendo, não aprovamos uma lei que deixa isso à consciência de cada um? Deveriam dar liberdade de opção, não nos esqueçamos que estamos no séc. XXI, quem achava que não deveria fazer aborto não o faria, porém quem pensasse o contrário fá-lo-ia e acabava-se com esta disputa inglória e mitificada. Eu não me acredito que alguma mulher faça um aborto por querer. Isso acontece por variadas razões e a principal é de foro económico. Todavia o problema deste referendo vai manter-se porque já ouvi, por aí, muitos políticos, dizer que o seu efeito vinculativo ( quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento), não é primordial. Então a Constituição não é para se cumprir? Ou cumpre-se só quando dá jeito ou é favorável aos nossos desígnios?Quem é a favor do NÃO, basta abster-se de ir votar e assim não se verifica a premissa de ter mais de 50% de votantes inscritos. Teremos um imbróglio.Há tantas artigos que estão na Constituição e que não são cumpridos. Por este andar vai ser mais este sobre o referendo! Por isso é que acho que esta consulta é uma perda de tempo e de dinheiro. Por outro lado um referendo para aprovar um código de conduta dos políticos e qual o perfil que os portugueses gostariam para ser governados, esse sim, era muito muito importante mas nunca se fará. Teriam que ser os próprios políticos a aprovar tal, e ser juiz em causa própria não é bom augúrio…
clubedospensadores.blogspot.com
Quem apoia a IVG como eu, vou votar SIM,fazendo força para essa votação seja expressiva e superior aos tais 50% dos inscritos, senão os problemas vão continuar a existir. A última palavra é do Presidente da República, se promulga ou envia para o Tribunal Constitucional.
Porque é que em vez de estarmos a fazer um novo referendo, não aprovamos uma lei que deixa isso à consciência de cada um? Deveriam dar liberdade de opção, não nos esqueçamos que estamos no séc. XXI, quem achava que não deveria fazer aborto não o faria, porém quem pensasse o contrário fá-lo-ia e acabava-se com esta disputa inglória e mitificada. Eu não me acredito que alguma mulher faça um aborto por querer. Isso acontece por variadas razões e a principal é de foro económico. Todavia o problema deste referendo vai manter-se porque já ouvi, por aí, muitos políticos, dizer que o seu efeito vinculativo ( quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento), não é primordial. Então a Constituição não é para se cumprir? Ou cumpre-se só quando dá jeito ou é favorável aos nossos desígnios?Quem é a favor do NÃO, basta abster-se de ir votar e assim não se verifica a premissa de ter mais de 50% de votantes inscritos. Teremos um imbróglio.Há tantas artigos que estão na Constituição e que não são cumpridos. Por este andar vai ser mais este sobre o referendo! Por isso é que acho que esta consulta é uma perda de tempo e de dinheiro. Por outro lado um referendo para aprovar um código de conduta dos políticos e qual o perfil que os portugueses gostariam para ser governados, esse sim, era muito muito importante mas nunca se fará. Teriam que ser os próprios políticos a aprovar tal, e ser juiz em causa própria não é bom augúrio…
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Quem apoia a IVG como eu, vou votar SIM,fazendo força para essa votação seja expressiva e superior aos tais 50% dos inscritos, senão os problemas vão continuar a existir. A última palavra é do Presidente da República, se promulga ou envia para o Tribunal Constitucional.