
Marta Costa
No primeiro semestre de 2006, foram registados em Portugal 7070 crimes. Destes, 86,2% foram categorizados como sendo crimes de violência doméstica.
Em 90% dos casos a vítima foi uma mulher, sobretudo com idades compreendidas entre os 26 e os 55 anos. O/a agressor/a foi em 88% dos casos um homem. Em 97% destes casos, o/a agressor/a era seu/sua conhecido/a e mantinha relações de proximidade muito estreitas com a mesma (marido, companheiro, namorado). Em 67,8% dos casos, o local do crime foi a residência comum.
Estes são os números alarmantes da violência doméstica em Portugal*.
O dia 25 de Novembro é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Este dia foi proclamado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, que incentivou e incentiva os governos, as organizações internacionais e as organizações não governamentais a organizar, nessa ocasião, actividades de sensibilização da opinião pública para o problema da violência contra as mulheres.
Em Portugal vão ser realizadas várias actividades neste dia, muitas das quais promovidas pela Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica. Entre elas destaca-se o spot alusivo à eliminação da violência contra as mulheres, que irá passar na RTP e na SIC, entre os dias 25/11 e 10/12 (dia internacional direitos humanos).
Para além disto irá ainda decorrer: o seminário "Prevenção da Violência Doméstica – Políticas locais e intervenção de proximidade", a conferência “Europa e Violência Doméstica”, o lançamento de manual de recursos e as conclusões da avaliação das casas de abrigo e a acção de formação “Violência contra as mulheres e maus-tratos e abusos sexuais de crianças” entre outras.
Olhando para o programa de oficial de actividades verificamos que a grande maioria das actividades ocorrer em Lisboa. O Norte do país não foi contemplado com nenhum programa oficial. Claramente, isto denota ainda a ausência de uma sociedade civil actuante nesta área (como noutras), que não tem a capacidade de pressionar os/as responsáveis no sentido de fazer as coisas acontecerem por cá…
* Fonte: APAV
psicóloga e membro do clube
