30/03/2008

TRABALHO



A resistência é sempre a última arma que resta e não há profeta que o consiga impedir


JOAQUIM JORGE


Flexisegurança, termo que está na moda mas que vai mexer com a vida de muitos trabalhadores. Como a palavra quer dizer , pretende-se um mercado de trabalho mais flexível ( mais facilidade em despedir ) e mais segurança na vida activa ( facilidade em arranjar novo emprego e subsídio de desemprego generoso).No Mundo actual compreende-se que não se pode garantir emprego vitalício , porém temos que ter em conta quem já está no mercado do trabalho há longos anos.Não podemos deitar fora, como dá cá aquela palha , determinados direitos adquiridos . O risco de sermos enganados aceitando mais flexibilidade , sem ganharmos a contrapartida através de uma segurança acrescida é por demais evidente.

Naturalmente que é necessário mais formação contínua , flexibilização de horários , redução das horas de trabalho e o trabalhador adaptar-se aos objectivos da empresa ou da instituição pública .Mas não podemos é começar a despedir à balda. Por exemplo um funcionário público do quadro de nomeação definitiva , não pode ser despedido passa para uma bolsa de supranumerários a ganhar muito menos. Porque é que não se dá uma justa indemnização, por mútuo acordo, em função dos anos de trabalho como no privado ?

E por favor não copiem modelos como os da Dinamarca e Holanda , a realidade destes países é bem diferente , do nosso Portugal. A situação portuguesa é caracterizada por um elevado volume de economia subterrânea , uma alta precariedade , um baixo grau de efectividade das normas de trabalho e uma contratação colectiva cujas dificuldades se agravam com o Código do Trabalho. No fundo o mercado de trabalho português é bem mais flexível do que diz a OCDE. Para não falar dos salários …

O preconceito contra os funcionários públicos, que são o braço visível das políticas públicas , onde se repercute o peso e lentidão da burocracia.
Portugal assenta o seu desenvolvimento, no definhamento de quem trabalha e no enriquecimento dos grupos dominantes. Dois milhões de assalariados empobrecem, com estas políticas seguidas há três anos . Um desprezo nunca visto pelas pessoas cujos direitos são imolados, sem piedade, a favor de um darwinismo económico. A eugenia, também se pratica em que os funcionários não têm direito a estarem e a serem doentes ( professores incapacitados).

Uma greve , uma manifestação não são formas ultrapassadas e que não se justificam na nova ordem social e que não fazem sentido.
A resistência é sempre a última arma que resta e não há profeta que o consiga impedir.



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