António Fernandes |
As diretivas comunitárias e todas as linhas geras de
orientação política e económica para os Estados membros que, mesmo sendo
autónomos na sua aplicação, nunca serão verdadeiramente independentes porque a
coesão europeia assim o dita por manifesta necessidade de estabilidade política
e social se auto sustentar.
Nessa perspetiva, os socialistas e outras correntes
ideológicas agrupadas no Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas,
para manter o rumo do progresso económico na União Europeia em que a qualidade
e condição de vida das populações são a essência da sua existência, terão de
aumentar a sua representação de forma a direcionar a “agulha” politica que tem vindo
a adulterar o principio elementar da consistência social da União desde que os
partidos políticos conservadores assumiram a liderança Grupo do Partido Popular
Europeu.
São sobejamente conhecidos os motivos que estiveram na
origem e trajeto da EU sendo que nuns momentos da sua História os interesses
económicos do modelo capitalista se sobrepuseram aos interesses socias mesmo
sendo, no tempo, alavancas do progresso e da prosperidade reconhecidos. Até
porque, não fazia sentido aumentar a produção sem criar condições propicias ao
consumo. Um binómio que desde sempre regulou as relações entre os Homens e
destes com o meio.
Simplesmente, no atual estádio das sociedades
civilizadas, o modelo capitalista é um obstáculo ao seu próprio desenvolvimento
se não souber corresponder às necessidades que as novas fontes geradoras de
mais valias necessitam.
A robotização liberta os cidadãos – consumidores – das
suas tarefas na produção, manufatura e serviços, tidos por economia primária,
secundária e terciaria, agrupadas em micro e macroeconomias, mas não gera novas
formas de consumo alternativas às necessidades Humanas. O que não faria sentido
na lógica do “deve” e do “haver” científico nas suas componentes económica e
sociológica.
Matéria que convertida em Ciência Política traz ao de
cima a discussão sobre a organização política e social da Europa e dos seus
Grupos Políticos.
O Partido Popular Europeu, desde que chegou ao poder
no Parlamento Europeu, cerrou fileiras em torno de uma estratégia de estagnação
e consequente retorno de um processo em movimento conducente à Europa Social
encetado pelos Governos Socialistas e Sociais Democratas que estiveram no cerne
da constituição da CEE – Comunidade Económica Europeia do Tratado de Roma,
entretanto substituídos em sufrágios nacionais por Partido Conservadores e que
atualmente constituem o Partido Popular Europeu.
Uma estratégia profundamente errada para os seus
interesses financeiros porque ao empurrar a Europa para uma situação de
austeridade económica através da contração no consumo e do endividamento dos
seus Estados Membros elencou um conjunto de sinergias de que já não havia
memória: a subida das taxas de juro; a inflação homóloga; a pobreza desmedida;
o desemprego; a instabilidade social; que, parecendo ser do seu interesse se
revelou completamente ao arrepio desses mesmos interesses.
Esta conjuntura gerou no cidadão comum e, no eleitor,
motivos de desconfiança nas estruturas partidárias face a resultados produzidos
e, por isso, assistimos ao emergir e ascensão de movimentos políticos
inorgânicos sem controlo político partidário e em simultâneo, ao desmoronar dos
partidos políticos convencionais sem que as soluções encontradas surtam
qualquer efeito nos Países onde surgiram.
Sobram por isso, à Europa, duas alternativas:
- Retomar o rumo da Europa Social;
Ou,
- Retroceder a História da Humanidade e das suas
civilizações no seu espaço e continuar a implementar políticas conducentes a
uma Europa Neoliberal;
Neste contexto, os Partidos Socialistas e os seus
congéneres na Europa estão confrontados com o resultado eleitoral que
conseguirem nas próximas eleições.
Desse resultado vai depender a sua representatividade
no Parlamento Europeu e demais Órgãos dele emanados.
Aos partidos neoliberais, do espetro politico do
centro - direita e da direita - ultra, basta segurarem as condições populistas
existentes para manter a sua atual posição de poder.