02/02/2019

Os muros da irresponsabilidade entre o racional e o irracional



António Fernandes 
O muro “da vergonha”, - muro da irresponsabilidade politica e social doentia de uma corrente da opinião politica conservadora mais retrógrada de que há memória nos últimos tempos no panorama politico internacional -, a erguer na fronteira com o México, não foi avante; o México tem um novo Presidente; o Brasil também; falta desferir o golpe letal, já em andamento na Venezuela e, na sua fase embrionária, na Nicarágua...
A teoria da conspiração ganha assim contorno perigoso quando constata que um País a desfalecer de fome, tem todos os seus recursos económicos, de reservas em ouro inclusive, prisioneiros de uma conspiração articulada com projeção planetária cujos contornos e tentáculos começam a ser, agora, conhecidos. Os recursos naturais e outros de garantia da moeda em circulação sobre pressão de um embargo internacional que visa claramente derrubar um poder para o substituir por outro poder sem olhar a meios para atingir os fins. Sendo que nos meios que usa, está a vida das pessoas e a sua estabilidade social. Em paz e harmonia.
A Venezuela deve ser submetida a eleições livres como qualquer outro País onde os indícios de irregularidades processuais tenham sido por demais evidentes como tem acontecido em alguns Países em que a metodologia usada com acesso aos novos recursos tecnológicos tem suscitado dúvidas sobre a sua veracidade.
Assim sendo, Nicolas Maduro terá, dizem, viciado o ato. Simplesmente, outros houve que também, se presume, o fizeram, e ninguém vê a comunidade internacional, minada por políticos de conduta suspeita a tomar posição sobre aqueles que indevidamente usurpam o poder nos quatro cantos do mundo.
As sociedades atravessam atualmente uma deriva perigosa em que o poder político e outros poderes menores que lhe dão estrutura e consistência se encontram prisioneiro de interesses não confessos, mas que, se movimentam à vista de todos. Despudoradamente. Sem escrúpulos.
O futuro está por isso condicionado a fatores externos ao seu normal desenvolvimento.
O Parlamento Europeu, onde o grupo político PPE (centro-direita) detém a maioria dos eleitos, votou o reconhecimento de um autoproclamado Presidente Interino, feito numa praça em ambiente de manifestação contra o recém-eleito Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em que Juan Gaidó, Presidente da Assembleia Nacional se, como é referido, autoproclamou, Presidente interino do Estado da Venezuela.
É caso para pensar que, se a moda pega, a Democracia corre o risco de subversão unilateral ao aceitar a sublevação como forma de imposição política reconhecida.
No entanto, em Espanha, não há muitos meses, aconteceu uma situação de declaração de independência de uma das suas Regiões, a Catalunha, sem que, o mesmo Parlamento Europeu se tenha pronunciado. Declaração de Independência anunciada por Carles Puigdemont presidente da Generalidade da Catalunha.
Estamos assim, perante uma situação de duplicidade de critério que levanta dúvidas fundadas sobre os interesses envolvidos e, sobre o controlo político e económico de um Continente. A América. Onde os Estados Unidos não abdicam da hegemonia continental e, intercontinental, de domínio económico e financeiro que sentem estar a perder.
A correlação de forças internacional está:
Ø  em crise profunda de valores;
Ø  sem rumo definido;
Ø  sobre uma linha demasiado ténue entre o racional e o irracional.