26/01/2019

O velho e o novo, individuo



António Fernandes 

O culto do personagem é um exercício cultural que advém das diversas contradições sociais e que, culminou, a partir de final do século passado com a formação de um perfil sociólogo de competição, conducente ao sucesso pessoal e profissional em que vale tudo, nomeadamente:
ü  não olhar a meios para conseguir os fins;
ü  inflexibilidade comportamental;
ü  razão absoluta opinante;
Uma malformação na estrutura educativa objetivando, em exclusivo, as necessidades do mercado de trabalho e, nesta componente, o aumento da produção com rácios de qualidade, assim como o aumento da competitividade comercial, argumento da livre concorrência entre mercados, descurando a educação, os valores fundamentais que em sociedades se interligam e interagem de forma umbilical na organização social desta, desde o seu embrião:
ü  o individuo;
ü  a família;
ü  o meio;
Até ao topo de uma pirâmide assente num conjunto de valores transitados de geração em geração, sempre em articulação com o meio e demais parceiros primários; secundários e, terciários. Cujas raízes se tem vindo a quebrar em resultado da paragem no tempo, por pressão do interesse organizado em círculos restritos, herméticos, mas que condicionam e ditam as políticas estruturais, de todo o sistema educativo em áreas sistémicas:
ü  formação;
ü  conhecimento;
ü  objetivos;
Espezinha-se assim o valor principal de suporte a uma organização da sociedade intelectualmente saudável e de discernimento célere e de que tem resultado várias gerações de indivíduos com ambição desmedida, independente do sexo.
Esta evidência tem o seu epicentro na alteração contínua da conjuntura existente em que, a harmonia não existe e a articulação surge como consequência necessária para a interação geral do individuo, em cada momento específico e, em que o fio da transversalidade geracional se quebrou.
No entanto, atravessamos um tempo em que este culto está a esmorecer em resultado do nivelamento académico e que por isso está a dar origem a uma viragem na conceção daquilo que é a organização social e política do Estado dando azo a que as gerações atuais e as seguintes olhem o futuro de forma diferente daquelas que lhe antecederam.
Há um confronto generalizado em vários pontos do mundo, de luta pelo poder político, mas também de equilíbrio ambiental e de defesa da biodiversidade assim como índices de preocupação elevados no que concerne a matérias primas nomeadamente:
ü  as linhas freáticas;
ü  o aquecimento global;
ü  a poluição dos oceanos;
Estamos assim perante um novo ciclo de contradições sociais que obrigam a organização das sociedades a repensar todos os seus hábitos, usos e costumes, em que o seu pilar central tem de ser a educação para um novo perfil sociológico em torno de valores como o são;
ü  a solidariedade social;
ü  a equidade em todos os domínios;
ü  a justiça alicerçada na razão coletiva;