08/11/2018

2 - Os perigos da cristalização do pensamento



        
António Fernandes 
O contexto; o enquadramento; a mudança necessária!

Neste tempo que é o do nosso presente, há a reter os seguintes indicadores:

Ø  indicadores relevantes no sentido de que ocorra uma mudança necessária por imposição dialética e de sobrevivência que obriga a uma maior equidade na partilha;

Ø  perspetivadas sobre essa mudança que respondem ao ajustamento necessário em género e em espécie: liberdade; justiça; igualdade de oportunidades;

Ø  ultrapassar a cristalização dos agentes de poder que a clarividência aconselha;

Neste virar de página da organização coletiva em que se impõe substância qualitativa nos meandros do modelo eletivo porque só este garante a alternância do poder quando necessária e sempre que os eleitores assim o quiserem, no quadro da legalidade em vigor para os mandatos, a evidencia da sua cristalização é por demais preocupante uma vez que não apresentam soluções credíveis para a governação sustentada do presente quanto mais do futuro.

A cristalização nos comportamentos orgânicos é uma consequência da suposta necessidade para o exercício do poder no seio das organizações políticas e sociais e, de uma forma geral, ao nível das organizações destas dependentes: educação; ciência; desenvolvimento; economia e outras; é um estádio temporal de estagnação a que urge por termo.

Esta é, uma constatação com que as forças vivas e ativas pela mudança se deparam e debatem.

Um combate desigual, mas com aliados incondicionais:

Ø  o equilíbrio social;

Ø  o controlo dos recursos naturais;

Ø  a interação com os fenómenos Naturais;

Um processo de mudança que passa pela alteração na relação entre os agentes políticos e os agentes financeiros e económicos. E na forma como nestes setores são formatados. Em que a promiscuidade de interesse e de pactos atingiu o limite do aceitável num tempo em que o conhecimento científico e tecnológico começa a ser do domínio comum.

Num tempo, em que também, a organização financeira perdeu a sua identidade aferida por titulares para se perder em uma monstruosa quantidade de informação armazenada em plataformas informáticas específicas em que um clique dita o sucesso ou a falência de um projeto, tenha a dimensão que tiver.

Num tempo em que, numa vasta área do Planeta, a racionalidade evoluiu e a razão cresceu em consistência.

Fatores que condicionam as habilidades de bastidor e obrigam à lisura nos atos e transparência nos métodos de todos aqueles que organizadamente se preparam para a gestão da organização dos Estados e da sua Governação política.

Mudança, que como todas as outras mudanças ocorridas, não acontece ou resulta de um ato eleitoral. A mudança acontece em fases de transição e de ajustamento às necessidades dos povos e do desapego destes a valores culturalmente adquiridos e interiorizados, para valores que correspondam ao exigido no tempo oportuno e culturalmente aceites como regra e nunca como exceção!

A cristalização do pensamento é assim a morte anunciada do progresso e da evolução de toda e qualquer civilização.

Por isso, com avanços meteóricos como os que aconteceram num curto espaço de meio século, fim do século XX e inicio do século XXI, é de elementar esperança que as classes dirigentes se destaquem e se tornem numa elite que prestigie e dignifique a raça Humana num Planeta em que só sobreviverá se souber desenhar um futuro equilibrado e sustentável em parceria com o meio e toda a sua envolvência.