António Fernandes |
Um autêntico tabu que urge combater e clarificar uma vez que
se perfila no horizonte da organização política, social e económica, das
sociedades civilizadas, um novo propulsor de uma nova identidade cultural
matricial dos valores e das referências de vida, que é, incontornavelmente, a
economia.
A economia que sempre foi o fio condutor desde a extração
das matérias primas ao seu consumo, agora também com os geneticamente
manipulados, vulgo transgénicos, está em mudança de paradigmas estruturais
relevantes, alavancando novos eixos de rotação das mercadorias e dos consumos
mas também, da organização industrial em geral e das redes de distribuição ao
consumo, de forma a que esses eixos não degenerem em convulsões sociais
recessivas que ponham em causa toda a sua organização o que só é possível
através da destruição massiva de toda a evolução social ocorrida desde meados
do seculo passado até ao presente.
A precaridade laboral tem de deixar de ser tabu nas
discussões publicas para passar a ser uma condição de vida corrente a ter em
linha de conta no futuro.
As novas gerações. A geração do conhecimento e, segundo a
classe política: a geração mais bem preparada de sempre, não está a ser
preparada para afrontar e enfrentar esta realidade incontornável: a de que a
máquina tem vindo e vai continuar a substituir o homem nas suas tarefas
quotidianas empurrando-o para a condição exclusiva de consumidor. O que
configura um erro crasso de estratégia política porque não previne e muito
menos acautela a dita “geração mais bem preparada de sempre” para que se
prepare para viver a vida tal qual ela se lhes configura e apresenta. Sem
dramas e com vantagens acrescidas de poder continuar a aprofundar o
conhecimento tendo em consideração uma lacuna que já é evidente que é a de que
as plataformas onde está alojada a informação começam a carecer de atualização
permanente.
Neste contexto surge uma perspetiva de médio prazo que
implica começar já a preparar as novas gerações para o lazer, munindo-as do
conhecimento Histórico transitado, mas também, do conhecimento necessário de
que o saber é uma necessidade e não, uma ferramenta para a competitividade.
Porque a precariedade só existe quando os Estados não estão
organizados para suprir problemas conjunturais nem sequer os da sua articulação
funcional e muito menos para a admissibilidade de que o Estado existe como
defesa da Nação num todo, num mundo em transição para um estádio superior ao
atual, onde o Ser Humano possa desfrutar do direito inalienável à vida.
Uma preparação a que urge dar inicio, fora de tempo cultural
para a sua aceitação pacifica, mas que, através dos canais próprios: a família;
a escola; o meio; a seu tempo surtirá o efeito desejado tal e qual as novas
tecnologias surtiram os efeitos pretendidos num espaço de tempo meteórico.
A questão de fundo reside na vontade política de todos os
agentes envolvidos no sentido de procurar soluções para estes novos desafios e
não para os complicarem, prometendo algo que é de difícil execução: o regresso
ao passado.
A precariedade
assume assim ser um problema maior tendo em conta o atual momento Histórico,
mas, uma autêntica falácia se considerarmos o futuro, na senda do progresso e
do desenvolvimento social.