26/09/2018

As armas de…Tancos. Afinal, Rui Rio, sabia.



António Fernandes 

Segundo aquilo que disse o destacado dirigente do PPD/PSD: “estava à espera de que fossem tomadas medidas”, em entrevista concedida, Rui Rio, não podia ter sido mais claro: sabia o que se passou em Tancos no que toca ao desaparecimento de armas e que só estava à espera de que fossem tomadas medidas judiciais ajustadas para apuramento dos contornos em que o citado roubo e posterior desenvolvimento aconteceu.
É uma constatação demasiados grave no atual panorama social e político mas, e sobre maneira, na esfera militar, porque coloca em causa toda a estrutura de segurança nacional que é, como sabemos, responsabilidade da esfera do Governo e por conseguinte do seu Primeiro Ministro mas, também, do Comandante Supremo da Forças Armadas que é o Senhor Presidente da Republica e que veio de imediato, publicamente, pedir o apuramento inequívoco de responsabilidades.
A segurança Nacional não é uma coisa comezinha como a política partidária se presta a ser.
A segurança Nacional é o pilar essencial da garantia da paz e da estabilidade do Estado onde a Nação vive e convive sem preocupações num contexto de coabitação pacifica no território confiando nas suas forças de segurança onde o papel das forças armadas é determinante por estar vocacionado para a garantia da defesa do País em caso de desestabilização política internacional conducente a um estado de guerra.
Neste contexto, Rui Rio, a meu ver, tinha a obrigação política de informar o País sobre o que disse saber, independentemente das consequências eleitorais que presumo acautelou em detrimento da instabilidade vivida no tempo e que, em contrapartida, desleixou a segurança nacional assim como a credibilidade nas instituições.
A ser verdade aquilo que os serviços noticiosos veicularam, Rui Rio não só coloca em causa a sua responsabilização enquanto figura do Estado, como deixa a dúvida no eleitorado sobre a autoridade moral de alguns agentes políticos candidatos a Primeiro Ministro e outras figuras com proeminência publica, reforçando o descrédito generalizado do eleitorado e do cidadão comum que assim vê um castelo de cartas que pensava seguro, desmoronar-se à sua volta por estarem envolvidas figuras que deviam zelar pela justiça e não, presumivelmente, violá-la, uma vez que foram detidos.
Assim sendo, um País onde afinal aquilo que de grave acontece é do conhecimento de alguns dos agentes políticos, deixando inclusive a dúvida sobe se, aquilo que acontece e o que aconteceu, não terão como objetivo ultimo o descrédito das Instituições e por essa via o descrédito da organização política e social do Estado colocando o Governo da Nação em causa visando o combate político desleal, demasiado baixo, uma vez que deixa em alvoroço as populações provocando instabilidade na sociedade Portuguesa cujas consequências são sempre imprevisíveis, é uma dúvida justa porque a instabilidade política:
-       Só serve os agentes políticos.
-       Não serve as populações.
-       Só serve os interesses económicos.
-       Não responde às necessidades das populações.
-       Só serve anseios de conquista do poder.
-       Não serve os anseios das populações.
Este comportamento político coloca a nu a estrutura cultural que auréola a classe política dirigente que envolve nestes processos obscuros profissionais dos ramos das forças armadas de que não se sabe e se duvida que os envolvidos saibam quais são os interesses que se movimentam por detrás dessas manobras de diversão que são graves, porque colocam em causa a segurança do Estado pela dúvida pública levantada sobre a hipotética hipótese de ato terrorista ou de negócios clandestino de armas para movimentos extremistas cujo objetivo é o de colocar em causa o equilíbrio social do Estado tendo como fim a instauração de uma ditadura.
A admissão implícita do conhecimento destes factos é algo de inimaginável numa sociedade desenvolvida e culturalmente avançada ao ponto de ser questionável o facto de quem admite ser conhecedor, só “esperar que sejam tomadas medidas”.
Surreal!
É que nem sequer se admite a possibilidade de alguém, sano, acreditar que, depois de um assalto a uma instalação militar que se presume ser um dos paióis mais importantes do País, alguém admita saber o que aconteceu, só porque deduz não conhecer os contornos, fique calado e venha agora vangloriar-se de que estava à espera que a justiça funcionasse.
Incrível!
Inacreditável!
Inimaginável!
Mas, aconteceu. Em Portugal. Para nosso espanto, completo desnorte e, suplício….
“A 9 de Setembro, numa intervenção no encerramento da Universidade de Verão do PSD, Rui Rio pedia celeridade à investigação ao roubo em Tancos. Revelava também que, sobre o assunto, não dizia tudo o que sabia. Repetiu-o dois dias depois: “Tenho outras informações, mas não posso dizer.” Ontem, já depois da operação desencadeada pela PJ, Rio afirmou que já estava "à espera" do que se passou na terça-feira.”  Fonte: PUBLICO