Valdemar F. Ribeiro |
O REENCONTRO DA CIVILIZAÇÃO HUMANA
Os AUSTRALOPITHECUS , povos
com origem na África Austral e que deram origem à civilização humana, após
milhares e milhares de anos a colonizarem
o planeta Terra, indo para todos os lugares no planeta, chegaram à América
do Sul após passarem pelo norte da Europa, Ásia e América do Norte.
Quando os povos
europeus no século XIV descobriram a América com suas caravelas, os povos que
descendiam dos Australopithecus e que viviam na América do Norte , Central e do
Sul, reencontraram-se pela primeira vez com os povos da mesma origem ancestral
e que viviam na Europa.
Este encontro das diversas
civilizações humanas originárias de África é um momento épico que deveria celebrar o
reencontro da civilização humana originária da África Austral no que têm de
mais belo, suas culturas diferenciadas.
Porém, este reencontro
trouxe imensas dificuldades aos povos que viviam na América e em África.
Os ambientes
ecológicos e geográficos de cada lugar obrigam a desenvolvimentos culturais e
raciais diferenciados pois o clima e a envolvência de cada lugar cria
especificidades próprias na adaptação e sobrevivência a esses lugares.
Nos ambientes
ecológicos aonde a vida não apresentava tantos desafios à sobrevivência humana,
aonde os povos do sul que viviam em climas mais amenos não necessitavam tanto
de lutar com as forças da natureza nem contra outros grupos humanos na
conquista das melhores terras, o desenvolvimento das linguagens foi menos
complexo.
Já nos ambientes aonde
a natureza exigia um maior esforço na sobrevivência diária principalmente na
região norte do planeta aonde o frio e as dificuldades ambientais eram muito
grandes, os povos originários dos Australopithecus que ali foram viver precisaram
desenvolver um raciocínio mais apurado através de linguagens mais complexas de maneira a
encontrarem soluções para a sua sobrevivência, razões estas que permitiram aos
povos do norte um desenvolvimento tecnológico maior em relação ao sul.
Devido à forma como
tem caminhado o desenvolvimento humano, uma maior capacidade de raciocínio
permitiu àqueles que o desenvolveram ter um maior domínio e influência sobre outros
grupos humanos pois detinham um poder maior que era o conhecimento do ferro e
da pólvora ou seja o poder da tecnologia.
O contato planetário entre
povos de maior e menor poder de raciocínio deu-se de maneira desequilibrada
visto que o móbil dessa aproximação era frequentemente o lucro ganancioso e não
a curiosidade social científica gerando-se daí situações aonde as relações e os
modos de vida das populações autóctones do sul foram violentados.
Muitos dos problemas
atuais neste planeta nasceram da violação do modus vivendi de cada povo
autóctone através da imposição de modelos sociais, económicos e ecológicos que
beneficiam principalmente os povos que detêm o conhecimento da tecnologia
militar e outras.
Demonstra-se assim que
um raciocínio mais desenvolvido não é sinónimo de uma inteligência mais apurada
e de um equilíbrio mental senão o contato e as relações entre os diferentes
grupos humanos processar-se-iam mais harmoniosamente.
Quando há harmonia nas
relações há um maior benefício para todos nos diversos níveis, tanto individual
como coletivamente.
Da constatação desses
fenómenos e com a facilidade dos meios de comunicação e informação modernos, os
povos do sul confrontaram-se com essa realidade que lhes veio dificultar o
viver.
O século XX e o início
do século XXI é um momento histórico em que os povos do sul buscam superar esta
dominação tecnológica do norte e alcançar um patamar aonde as relações não
sejam de dominação mas de colaboração porque a todos os seres humanos é
intrínseca a capacidade mental para o desenvolvimento da alta inteligência desde
que criadas as premissas necessárias e havendo desejo bastante para isso.
A liberdade conseguida
pelos povos do sul através de suas diferentes lutas e com o sacrifício das
próprias vidas não é um favor concedido pelos povos do norte.
Esse esforço em direção
à liberdade física e psíquica, na valorização do ser humano e da vida, deve-se
unicamente aos indivíduos que conscientemente e com um grau maior ou menor de
informação souberam que toda a vida no universo está interligada e que todos
são parte de um todo.