António Fernandes |
Ao que parece, corre nos meandros da formação profissional
uma nova técnica de ensino: fazer de conta.
Aquilo que não fazem de conta é que recebem os apoios
financeiros comunitários para os projetos que submetem para aprovação depois de
serem aprovados e as respetivas verbas disponibilizadas.
Mas, vamos aos factos:
Esta técnica de “formação” que já é praticada por algumas
das empresas internacionais que operam na área da comercialização de produtos,
o que em condição de capacitação dos seus colaboradores ligados à venda desses
produtos acresce mais valia relativa desde que, seja sempre condicionada aos
diversos intervenientes e devidamente ajustada a cada cenário específico.
É uma técnica. Não pode ser, nunca, uma prática de
comportamento, porque as técnicas de vendas não são matéria exata e por isso
não constam como oferta de licenciatura em nenhum estabelecimento de ensino
superior. Quando muito aparecem disseminadas num conjunto de outras matérias a que
vulgarmente se associam experiências de vida quotidiana.
Ora, a simulação não é mais do que fingir, (fazer de conta),
ou então, em termos matemáticos, criar uma forma sobre que se trabalham
resultados que, podem ou não, serem simulados, dependendo do objetivo visado.
Se para a defesa de uma teoria académica com o intuito de investigar potenciais
causas e consequências, ou se, no caso de o efeito pretendido for o de
apresentar resultados. Neste último caso a base de trabalho tem de ter suporte
concreto para que se consigam resultados conclusivos concretos também.
Até porque as dinâmicas confluentes e influentes sendo
interativas, obrigam a constantes alterações nos procedimentos empresariais
condição que obrigou a que fossem criadas normas europeias de procedimentos
ajustadas a realidades diferentes, mas que permitam através desses
procedimentos tirar conclusões sobre as diversas performances económicas e de
crescimento no momento da análise. Um processo dinâmico em permanente regulação
transversal onde o “faz de conta” não tem cabimento possível por ser
responsavelmente impensável.
Assim sendo, ao simular todo um cenário conjuntural
empresarial que só pode refletir a envolvência e os mecanismos funcionais num
limite temporal especifico, a OIKOS-Cooperação e Desenvolvimento e os demais
parceiros de iniciativa, através da apresentação de um guia metodológico de
empresas simuladas em Portugal, “PRATICE@BUSINESS, presumo, poderá estar a
contribuir, mais do que na simulação de empresas, para a “formatação” de uma
sociedade em que o simulacro do que quer que seja resolve as necessidades que,
não são simuladas, de uma qualquer sociedade futura. Uma vez que o “produto”
que apresenta tem como publico alvo, os jovens e as escolas de formação
profissional
Uma temática de envolvência ilusória de proposta de simulação
de uma empresa desde a sua instalação, gestão das várias componentes implícitas
até ao exercício final da entrega do produto acabado ao cliente e respetiva
cobrança do valor acordado.
Uma simulação, seja de uma empresa ou de outra coisa
qualquer, não é mais do que aquilo que o próprio nome indica. Uma simulação!
A simulação de uma estrutura em ambiente empresarial em que
cada um faz de conta que é aquilo que não é, e manuseia algo que não vê, atinge
o limiar do surreal, mas, é aquilo que nos é proposto num tempo em que as
clivagens sociais se acentuam e o equilíbrio internacional não faz de conta que
está por um fio.