07/02/2018

Os seguidores dos donos das causas sociais




António Fernandes 
Juntou os seus seguidores à mesa da negociação para a distribuição de um lugar na citada como se fosse o dono da casa.
Acontece que não é, o dono da casa.
A casa foi tomada de assalto à muito por alguém que teima em lhe segurar a chave até ao limite e dá instruções precisas ao porteiro para que os personagens escolhidos se acomodem nos sofás, uns. No vão da escada, outros. E , amontoados, os restantes.
 Depois de tudo composto, o dono da casa, recolhe-se ao silêncio espiritual dos inocentes satisfeito por a si ter convertido todos os que na casa se atropelam por nada sendo que, sempre que uma ou outra briga extravasa as paredes da casa, a sua presença é reclamado e a subserviência reposta.
Depois de tudo em ordem no quadro da ordem estabelecida a poeira levantada acomoda-se incomodada pela sua disputa na falta de qualquer coisinha para minguar a fome de um lugar no sofá de um poder assente numa paz podre.
 Uma paz inquinada de vícios antigos em que a palavra dada nunca foi honrada e que por isso só acreditam nela os que dela se serviram para recônditos interesses por mais insignificantes que tenham sido sabido que é ser o interesse ajustado à medida do interesseiro.
Dar cambalhotas. Fazer o pino. Torções e contorções. E demais exercícios. Desde que sejam feitos com fins terapêuticos e de prevenção para uma saúde melhor num corpo harmonioso e consciente dos seus limites são exercícios em que se pretende articular a mente com o espaço físico afim de consolidar toda a estrutura óssea em que assenta o cérebro dando azo à razão.
Quando os exercícios acima referidos não visam o objetivo sequente, a razão tende a diluir-se naquilo que vale como regra social:         
  • conveniência;
  • oportunismo; 
  • falta de dignidade na verticalidade do caráter;
  • ignorância;
Ignorância naquilo que é fator elementar primordial para voltarem a ser tidos pela cidadania em geral como personagens credíveis em cargos públicos de que resultam políticas gerais do interesse comum e por isso coletivo.


A espinha dorsal de uma organização política ou outra que se pauta por valores que fazem o Homem acreditar no futuro não pode ser um amontoado de ossos que não sabe qual é o seu lugar anatómico.
E que a única coisa que sabe é, não olhar a meios para atingir os fins que cada um pretende para si. Como se o corpo do que quer que seja não necessite de uma estrutura central de suporte à sua volumetria, ao seu peso e, à sua resistência.