30/01/2018

PORTUGAL VERSUS GRÉCIA




Rogério Pires 
Porque se deixou de ter noticias da Grécia, e, sobretudo da evolução da sua Economia ? A Grécia tem vindo a aplicar um durissimo programa de austeridade, que só em 2016 foram mais de seis mil milhões associados a enormes reformas. Quem imaginaria por exemplo a Grécia a aprovar uma lei que exige o mínimo de 50% dos filados das Associações Sindicais, para que possam decretar uma greve (o valor anterior era de 20%) ? Pois já está em vigor. Privatizações como a dos portos, cortes e mordomias, fiscalidade, leis laborais, eliminação de burocracias, e tantas outras. O facto é que o caminho seguido, mas não divulgado em Portugal, numa indecorosa proteção à frente de esquerda protagonizada pela Geringonça de António Costa que vende a narrativa que esse caminho é errado e que virou a página da austeridade, está a dar o frutos na Grécia que vai no caminho certo, e, em ascensão, enquanto Portugal, depois da euforia do paraíso que anestesiou o povo começa a dar sinais de abrandar, a Grécia está a aumentar a sua consolidação e o seu crescimento. Se Portugal segundo o BP, Bruxelas, a OCDE e até o governo desacelera o crescimento da economia para valores, o mais otimista do governo, para 2,2% (2,6% em 2017) e de 2,0% para o BP ou de 2,1% de Bruxelas e OCDE, com a economia mundial a disparar para os 3,7%, na Grécia as previsões dessas mesmas organizações, apontam para 2,5% em 2018, já bem acima de Portugal. Quanto a deficit: se Portugal prevê um défice do OE para 2018 de 1,1% a Grécia em 2018 prevê um SUPERAVIT de 0,6%. Como se vê a austeridade está a dar os seus frutos e em 2018 seremos ultrapassados pelo GRÉCIA com deficit já anulado prevê EXCEDENTE, e no crescimento do PIB uns 2,5% contra os 2% ou 2,1% previstos por essas organizações para Portugal. Fica a prova que a austeridade, associada ao ímpeto reformista, são a receita certa e dão os frutos e que Portugal depois da euforia, terá as consequências de ter interrompido um caminho, que nos levaria a uma maior sustentabilidade da nossa economia sem essas reformas que a Grécia teve coragem de fazer,  mais uma vez numa nova crise que virá, pois cíclica, seremos novamente apanhados, mais impreparados para a enfrentar.