António Fernandes |
Uma homenagem é um ato de
reconhecimento público transcendente a alguém que pelo seu trabalho em prol da
comunidade ou de um segmento social especifico que deixando marca social
indelével e visível em permanência na vida e na memória das gentes é perpetuado
no tempo.
Não deve, por isso, ser
banalizado por uma qualquer entidade pública que, ao usar o poder que detém
para esse efeito, pode incorrer em forma
de ridicularizar um ato que é supremo no reconhecimento de qualidades que não
sendo inatas, o são duramente conquistadas ao longo de processo formativo
resultante de condições e circunstancias da vida e, para a vida, por serviços
prestados a uma comunidade, a uma causa ou a outro motivo do interesse comum conjugado
com a necessidade coletiva, de forma abnegada em que a humildade e o altruísmo
são o seu expoente.
Neste contexto, uma homenagem
vai muito para além do reconhecimento publico simples porque incorpora a
veneração de um conjunto alargado de concidadãos contemporâneos e descendentes
para com alguém que pelos seus atos se destacou no tempo pela entrega mas
também pelas lutas encetadas e obra realizada sempre em favor do conjunto dos
concidadãos sendo que, em muitos dos casos, ultrapassa a barreira da nacionalidade para ser de efeito
global.
Ao longo da história as
homenagens tem sido maioritariamente prestadas postumamente pois só findo o
ciclo de vida é possível apurar da verticalidade mantida uma vez que a reversão
da conduta pode ser a reversão de todo um trajeto de vida inclusive a reversão
do efetivo efeito do serviço publico prestado colocando assim a obra em causa.
Obra essa que muitas vezes é continuada por terceiros ao longo dos tempos por
impossibilidade da sua conclusão ou por permanente necessidade no seu
acompanhamento e que por isso o culminar desse trajeto sendo um caminho longo e
penoso é sempre moroso.
Não sendo raras as situações em
que o reconhecimento através da homenagem só o é feito quando a “sementeira
produz frutos” o que leva a ser socialmente considerado, tardiamente feito.
Motivos de difícil explicação e
pior compreensão num tempo em que se pretende que os resultados sujam a um
toque de “varinha de condão” só porque tudo se tornou mais fácil de conceber e
de realizar. O que não corresponde ao atual estado do raciocínio
preguiçosamente acomodado. - Uma discussão para outro momento e noutro contexto
-.
Pelo escrito, um ato quando
vulgarizado, não só vulgariza a entidade que o promove como também vulgariza o
personagem que é o motivo.
Desde a vulgaridade com que se
atribuem medalhas de um pretenso mérito que poucos conhecem, ao nome de
personagens que o cidadão não conhece atribuído a Ruas um pouco por toda a
parte. Passando por uma determinada Autarquia que pelo andar das homenagens que
promove qualquer dia homenageia os pombos da Senhora A Branca.
Sabendo nós que, os critérios
para a atribuição de galardão publico não deviam passar por crivos temporais anuais porque a carga de
responsabilidade não é tão complacente na produção de mérito a rodos quanto os
responsaveis politicos o são.