02/01/2018

Marcelo Rebelo de Sousa: O Homem do Ano




Mário Russo
O ano de 2017 que agora termina foi excecional para Portugal, seja no plano positivo, quanto no negativo. Pode quase dizer-se que foi o ano de todas as coisas. Sinais inquestionáveis de que o país está no mapa e na moda, com destaques mundiais como destino turístico Europeu, com as cidades do Porto e de Lisboa a baterem recordes de visitantes e indicações. No plano desportivo nunca o país foi tão longe, vencendo o campeonato europeu de futebol na casa do anfitrião, a poderosa França que deixou os franceses a precisarem de tratamento psicológico. Cristiano Ronaldo pulverizou recordes e várias modalidades trouxeram ouro para Portugal e orgulho para os portugueses. Até na canção, finalmente Portugal venceu um improvável eurofestival da canção.
No plano da governação, a “Geringonça” dá cartas, saindo da crise a crescer, a diminuir o défice e a obrigar a direita europeia neoliberal ortodoxa e intransigente a vergar-se aos resultados, depois de ter feito tudo o que podia para derrotar a solução que era completamente fora do que a doutrina da crise e do empobrecimento vaticinava para Portugal e os países do sul, “gastadores com mulheres e vinho”, no dizer no ministro do paraíso fiscal holandês, senhor de pouca moral para dar lições. O Ministro Mário Centeno é, por ironia, eleito Presidente do Eurogrupo, devido ao seu trabalho e sucesso na área económica, que poucos acreditavam, eu incluído. Mas os Santos estiveram todos do lado do ministro e de Portugal e foi reconhecido e eleito para tão importante posto. António Guterres orgulha os portugueses ao ser conduzido ao mais elevado posto no planeta, como Secretário-geral da ONU.
Mas teria de existir algo de muito grave negativamente para assombrar um ano que caminhava para ser perfeito demais, que foram os terríveis incêndios de verão. Uma desgraça que pôs a nu as fragilidades de anos e anos de governação sem rumo no que concerne ao ordenamento do território e atenção à floresta, às características climáticas do país, as alterações climáticas, e à falta de planeamento sério. Pôs a nu a incompetência governativa e amadorismo de diversos governantes. Pôs a nu a cultura do facilitismo e do amiguismo.
Mas também foi o ano em que Marcelo Rebelo de Sousa foi a personalidade mais importante do país. Aliás, muito do sucesso na vertente económica a ele se deve, porque apaziguou o tom crispado com que o ressabiado Pedro Passos Coelho imprimiu na oposição. Transmitiu confiança às pessoas, confortou os carentes, foi solidário, foi líder. Mostrou que estar no poder pode e deve ser com grandiosidade, elevada estatura e com amor ao próximo. De forma genuína Marcelo passeou o seu poder de forma simples, amigável e familiar. O Presidente da Republica estava em todas as frentes e preencheu o país com o seu carisma, para desespero de muitos políticos e opinion makers mal habituados por carrancudos, petulantes e distantes do povo, como Cavaco, Sócrates ou Passos Coelho. Durante o fatídico período dos incêndios, quando parecia que o Governo tinha eclipsado, foi Marcelo a dar a cara e a confortar as pessoas desesperadas com a dor da perda de entes queridos, amigos e bens. Foi também Marcelo que, diante do impasse de António Costa em pôr cobro a tanto amadorismo, impôs a remodelação governamental. Agora acaba de vetar uma lei aprovada à socapa, como diz Joaquim Jorge, para financiamento indecoroso aos partidos políticos.
 Marcelo, pela sua forma de estar, pela importância que tem neste momento, é a figura central e mais importante de Portugal, não por ser o Presidente da República, mas por tudo o que representa e pelo real poder que hoje detém, respeitado em todos os quadrantes, sem ter de alterar nada à Constituição. Marcelo é o verdadeiro líder, como Portugal não tinha há séculos. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa é o HOMEM DO ANO, a quem todos nós, portugueses, muito devemos e devemos reconhecer.