Mário Russo |
O ano de 2017 que agora termina
foi excecional para Portugal, seja no plano positivo, quanto no negativo. Pode
quase dizer-se que foi o ano de todas as coisas. Sinais inquestionáveis de que
o país está no mapa e na moda, com destaques mundiais como destino turístico
Europeu, com as cidades do Porto e de Lisboa a baterem recordes de visitantes e
indicações. No plano desportivo nunca o país foi tão longe, vencendo o
campeonato europeu de futebol na casa do anfitrião, a poderosa França que
deixou os franceses a precisarem de tratamento psicológico. Cristiano Ronaldo
pulverizou recordes e várias modalidades trouxeram ouro para Portugal e orgulho
para os portugueses. Até na canção, finalmente Portugal venceu um improvável eurofestival
da canção.
No plano da governação, a
“Geringonça” dá cartas, saindo da crise a crescer, a diminuir o défice e a obrigar
a direita europeia neoliberal ortodoxa e intransigente a vergar-se aos
resultados, depois de ter feito tudo o que podia para derrotar a solução que
era completamente fora do que a doutrina da crise e do empobrecimento
vaticinava para Portugal e os países do sul, “gastadores com mulheres e vinho”,
no dizer no ministro do paraíso fiscal holandês, senhor de pouca moral para dar
lições. O Ministro Mário Centeno é, por ironia, eleito Presidente do Eurogrupo,
devido ao seu trabalho e sucesso na área económica, que poucos acreditavam, eu
incluído. Mas os Santos estiveram todos do lado do ministro e de Portugal e foi
reconhecido e eleito para tão importante posto. António Guterres orgulha os
portugueses ao ser conduzido ao mais elevado posto no planeta, como
Secretário-geral da ONU.
Mas teria de existir algo de
muito grave negativamente para assombrar um ano que caminhava para ser perfeito
demais, que foram os terríveis incêndios de verão. Uma desgraça que pôs a nu as
fragilidades de anos e anos de governação sem rumo no que concerne ao
ordenamento do território e atenção à floresta, às características climáticas
do país, as alterações climáticas, e à falta de planeamento sério. Pôs a nu a
incompetência governativa e amadorismo de diversos governantes. Pôs a nu a
cultura do facilitismo e do amiguismo.
Mas também foi o ano em que
Marcelo Rebelo de Sousa foi a personalidade mais importante do país. Aliás,
muito do sucesso na vertente económica a ele se deve, porque apaziguou o tom
crispado com que o ressabiado Pedro Passos Coelho imprimiu na oposição.
Transmitiu confiança às pessoas, confortou os carentes, foi solidário, foi
líder. Mostrou que estar no poder pode e deve ser com grandiosidade, elevada
estatura e com amor ao próximo. De forma genuína Marcelo passeou o seu poder de
forma simples, amigável e familiar. O Presidente da Republica estava em todas as
frentes e preencheu o país com o seu carisma, para desespero de muitos
políticos e opinion makers mal
habituados por carrancudos, petulantes e distantes do povo, como Cavaco,
Sócrates ou Passos Coelho. Durante o fatídico período dos incêndios, quando
parecia que o Governo tinha eclipsado, foi Marcelo a dar a cara e a confortar
as pessoas desesperadas com a dor da perda de entes queridos, amigos e bens.
Foi também Marcelo que, diante do impasse de António Costa em pôr cobro a tanto
amadorismo, impôs a remodelação governamental. Agora acaba de vetar uma lei
aprovada à socapa, como diz Joaquim Jorge, para financiamento indecoroso aos
partidos políticos.
Marcelo, pela sua forma de estar, pela
importância que tem neste momento, é a figura central e mais importante de
Portugal, não por ser o Presidente da República, mas por tudo o que representa
e pelo real poder que hoje detém, respeitado em todos os quadrantes, sem ter de
alterar nada à Constituição. Marcelo é o verdadeiro líder, como Portugal não
tinha há séculos. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa é o HOMEM DO ANO, a quem
todos nós, portugueses, muito devemos e devemos reconhecer.