05/12/2017

O PS-Braga de hoje




António Fernandes 
A Secção de Braga do Partido Socialista apresenta-se debilitado perante os seus militantes e os seus eleitores.
E, apresenta-se debilitado porque não soube, e continua a ter dificuldades, em capitalizar o seu maior ativo. Os seus militantes!
Andou demasiado tempo extasiado por vitórias eleitorais "eternizadas" por um poder temporal que alguns teimavam em ajuizar intemporal. Só que nada é intemporal. Tudo tem o seu tempo no tempo. Um ciclo episódico na História de uma cidade que é irrepetível.
Desta forma se esvaziou a Secção de Braga do Partido Socialista da sua capacidade  crítica e de autocrítica por afastamento da sua massa critica.
Desta forma se dissociou a cúpula local das suas bases.
Desta forma se transformou o partido local em uma máquina que alguém punha a funcionar e que, funcionava bem, só porque ganhava eleições.
Desta forma se transformou uma estrutura geradora de vida ativa em uma coisa que se contentava com o que lhe era apresentado. Já confecionado. Tudo feito!

Simplesmente, já diz o poeta; “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!”.

Os tempos mudaram. O Partido mudou e mudou a Lei também. Limitou os mandatos  para a mesma autarquia trazendo assim uma outra dinâmica à vida política e implicitamente à vida dos Partidos políticos e dos seus agentes mais interventivos. Dinâmica que exige uma participação ativa das bases do Partido em todos os processos conducentes ao seu funcionamento e controlo, assim como, à eleição para o exercício de cargo público a que os novos Estatutos vieram impor regras e práticas diferentes, por mais democráticas.

E assim, o ciclo Autárquico que se iniciou em 2013 teve o seu inicio em um novo cenário que trouxe novos desafios para quem ousou candidatar-se e exercer cargo de responsabilidade no âmbito dos cargos disponibilizados na orgânica interna do Partido e de candidatura a exercício de cargo publico nomeadamente:

- o desafio à capacidade em reestruturar e organizar a secção;
- capacidade de auscultação do pulsar e do sentir, interno e externo;
- a audácia e a ousadia em liderar;
- a capacidade em gerar consensos;

Entre muitos outros atributos exigíveis a quem se propôs ir a votos e, levar o PS ao exercício do poder autárquico!

Um PS em que a sociedade no seu todo se revisse, sem abdicar ou claudicar dos seus princípios programáticos, programáticos e, filosóficos!

Como sabemos, a estratégia encetada ficou muito aquém daquilo que era a pretensão local, em contra ciclo com o desempenho do PS a nível nacional em que conquistou o maior numero de autarquias desde Abril de 1975, e, não só os objetivos locais não foram alcançados como, em resultado dessa ocorrência, se impõe uma nova trajetória política local para o Partido Socialista. Com novos interlocutores e novas políticas.

Hoje, um dos desafios de primordial importância a enfrentar, afrontar e resolver, porque é um problema de fundo que mina a honorabilidade, a coerência, e, sobre tudo, compromete a conquista dos objetivos a que nos propusemos, é o de unir o Partido!
Torna-se necessário unir as sensibilidades de que os militantes são portadores respeitando-os nas diferenças de forma a aglutinar o consenso que é sempre possível quando os ideais imperam e o interesse é o de servir o Partido porque ao fazê-lo serve-se a cidade de Braga e os interesses dos Bracarenses que neste momento passam por dificuldades acrescidas resultantes do modelo neoliberal de governação exercido pela direita política detentora de maioria absoluta no Município e na Assembleia Municipal.
A unidade interna é de vital importância. Não a unicidade! Nem sequer o unanimismo! Simplesmente, unidade.
O tempo para as trincheiras individuais esgotou-se porque a razão deixa de o ser quando a maioria decide que o caminho a seguir não é o que alguns querem e como o querem porque tem objetivos pessoais o que implica haver uma agenda individual que nada tem que ver com a agenda política do Partido Socialista.
Mas, e também, o tempo de carpir o passado é o de ontem porque o de hoje é o tempo de lutar pelo futuro!
O sentimento de insegurança que rotula os militantes do PS de “órfãos” de ideias e de iniciativa é um sentimento a extirpar porque o ciclo da inovação política é premente
É tempo de O Partido Socialista dar um sinal de abertura à cidadania e à  sociedade em geral!
De mostrar quais são as ideias que tem sobre e, para as pessoas que são a seiva da Cidade, para a cidade e, quais são as linhas de orientação de políticas estratégicas que tem para a década em domínios como:
       - o urbanismo;
       - a educação;
       - o ensino;
       - a solidariedade social;
       - a agenda para a cultura;
       - o ambiente;
       - a habitação social;
       - os transportes;
       - as infraestruturas em geral;
       - as associações culturais;
       - as associações profissionais;
       - as associações com vocação de serviço publico;
       - outras;
De fazer prova, demonstrando-o, de que é um partido político da área do socialismo democrático cujas preocupações se prendem com os interesses e anseios das populações e as preocupações gritantes da cidadania que não se acomoda com a atual situação de gestão dúbia daquilo que tem como sendo, para si, o interesse publico!

De dar prova também, de que, a oposição é sempre, a oposição.
Nunca é a vassalagem mesmo quando escondida por de trás do pretexto de ser uma “oposição construtiva” porque não há, oposições construtivas.

A oposição é sempre uma postura de apresentação de propostas alternativas porque, a orientação ideológica, tem sempre um cunho de identidade na construção e posterior prossecução das políticas gerais sejam elas quais forem. Assim sendo, à anuência é implícita à conduta.
Nesse sentido, aquilo a que entranhadamente se chama de “uma oposição construtiva”, mais não é do que subserviência pura e, simples!