António Fernandes |
A juventude tem acompanhado com empenho e dedicação, até porque,
é parte interessada, uma vez que, a soma das partes que compõem o todo social,
a engloba e, dela exige a correspondente participação naquilo que é o ciclo da
vida organizada nas sociedades modernas.
A juventude, a que corresponde um ciclo etário entre os dezoito
anos – ano em que atinge a maioridade – até aos trinta anos de idade – anos em
que se convencionou o jovem atingir a fase adulta – tem, no atual contexto
social, responsabilidade acrescida na organização de uma sociedade diferente
daquela que foi a organização social dos seus progenitores.
Desde logo porque, os limites etários no plano do tempo médio de
vida aumentaram significativamente provocando implicações diretas no sistema
financeiro nacional em domínios como:
–
aumento da comparticipação estatal no
pagamento de pensões e de reformas;
–
aumento dos encargos públicos com a saúde;
–
aumento dos encargos públicos de
investimento em equipamentos;
–
aumento de encargos públicos no apoio a
Instituições privadas (IPSS);
–
outros encargos;
Ora, a estabilidade social obriga a uma maior eficácia sobre o
sistema produtivo e de consumo; sobre todas as fontes geradoras de receita para
o Estado; assim como acutilância racional sobre valências de relevo social como
o são: a educação; a justiça; a harmonia intra; a equidade; a interação entre
todas as gerações vivas, quer sejam ativas ou inativas perante o sistema
produtivo sendo que, no consumo, todas elas são ativas;
Cabe por isso à juventude cumprir com as suas obrigações sociais
assumindo a transição geracional no tempo e no futuro.
O tecido social predominante é o do adulto que olha com
desconfiança os seus descendentes sem que se saiba muito bem a razão de ser
dessa desconfiança uma vez que tem toda a responsabilidade sobre a descendência
geracional a que deu vida e a quem deixa o atual legado que é um legado
complexo mas, com desafios elevados e as ferramentas necessárias para atuar com
eficiência em todos esses desafios.
O adulto de hoje, cidadão comum, desconfia dos efetivos
interesses que movem a juventude, em particular a juventude que dá corpo aos
movimentos de juventude partidários.
E, desconfia, assim como os pares desconfiam também, porque a
classe politica baixou em demasia a sua própria fasquia em dominios demasiado
importantes como o são:
–
a credibilidade;
–
a seriedade;
–
as causas sociais;
–
o serviço publico que prestam;
–
outros;
Ao ponto de haver quem pense serem as “Jotas” uma espécie de
escadote por onde se sobe para que os seus membros melhor e, mais facilmente,
consigam concretizarn objetivos pessoais que nada tem que ver com os ideias
defendidos pelas organizações politicas a que são afetos.
O facto é que ao cidadão comum assiste o direito, em democracia,
de formar juizo de valor que associe a comportamento e, tem ,alguma razão.
De facto, as “Jotas”, não sendo “escolas de crime organizado”,
como alguém já escreveu, orientado especificamente para o poder, são, “escolas”
em que alguns oportunistas conseguem fazer carreira e vir a ocupar cargo que
não prestigia de forma nenhuma. Nem o cargo, nem a classe aonde ingressou.
Simplesmente, o movimento juvenil abrange um leque de
intervenção publica, politica e social, tão vasto quão vasta é a razão.
Os movimentos de jovens são uma fonte de energia social
incomparavel.
Desde:
–
a educação;
–
a cultura em todas as suas formas de
expressão;
–
a luta pelos seus direitos; a capacidade de
organização;
–
o acreditar que é possível construir um
mundo melhor; a sua relação com a família;
–
a intervenção e interação civica;
–
as causas e os valores da solidariedade;
–
outros;
A juventude sabe muito bem que para levar por diante a
construção do presente e do futuro necessita de se organizar politica e
socialmente construindo assim o alicerce da transição social que ocorre em permanência porque as necessidades da vida contemporânea são ajustadas ao meio
consoante o desenvolvimento da qualidade de vida das comunidades o vai
exigindo.
A juventude não vira costas aos desafios dos seus progenitores.
Dá-lhes continuidade e aperfeiçoa-os para que “o mundo pule e
avance, como bola colorida, nas mãos de uma criança”. Como escreveu Gedeão.