05/10/2017

E depois das eleições?



António Fernandes 
É uma pergunta recorrente que só tem uma resposta:
- A vida contínua!
As eleições Autárquicas 2017 foram ganhas pelo Partido Socialista que só não teve uma vitoria retumbante porque ficou aquém do politicamente desejável que seria, a meu ver, a reconquista dos Municípios do Porto e de Braga.
No primeiro Município, o do Porto, reforçou a sua posição quantitativa de cidadãos eleitores que lhe confiaram o seu voto mas que não foi o suficiente porque esse suficiente teria sido convencer o eleitorado de agregar em si, PS, o ideal politico, enquanto organização politica partidária da cidade, que melhor representa a cidadania no seu todo em todas as valências relevantes da sua vida quotidiana com competência, rigor e transparência.
Manuel Pizarro, o candidato, não conseguiu transmitir essa convicção e, perdeu as eleições.
No Município de Braga o Partido Socialista não só, não conquistou a confiança do seu eleitorado tradicional, como perdeu parte significativa desse mesmo eleitorado em contra ciclo com a tendência nacional crescente de credibilidade política na opinião pública.
Como sabemos e a sabedoria popular atesta: tudo o que mal começa, mal acaba;
Ora, o "toque a reunir" após as Autárquicas de 2013 foi, de um completo desnorte que redundou num completo fracasso.
E, quando assim é, por muito que se dirimam argumentos já gastos, sem que se adotem medidas de fundo corretivas, o resultado será sempre o mesmo. Em prejuízo das populações que são a essência da luta política.
Uma luta demasiado séria para que o Partido Socialista a deixe ao sabor de uma navegação avulsa ao sabor de protagonismos sem estrutura intelectual naquilo que é a liderança; a organização; a coordenação; a empatia; a camaradagem; a solidariedade; em suma: seriedade e competência intelectual que são a marca indelével do caráter e do carisma de um líder.
Quando alguém presume que, "só faz falta quem aparece", não faz a mínima ideia dos contornos sociais que deve respeitar.
Ora, neste contexto, torna-se difícil manter na " linha de agua" qualquer partido politico e afunda-se a credibilidade de instituições que não podem ficar incólumes aos factos que as arrastam para o descrédito.
É certo que para os  intervenientes nestas disputas a vida continua.
Mas também é certo que a imagem do Partido Socialista e as pessoas merecem o respeito devido porque, no âmago da questão central, foi isso que foi colocado em causa.
A vida continua mas, mais quatro anos de liderança política da direita mais trauliteira  de que há memória a governar o Município de Braga é um "preço" demasiado caro para os Bracarenses que vivem a cidadania por inteiro.
Dirão: é assim a democracia uns ganham e outros perdem.
Se assim é então, questionemo-nos sobre os motivos porque perdemos.

Se não houver a humildade suficiente para esse exercício, perderemos sempre.