28/10/2017

CATALUNHA: UM ELEFANTE NUMA LOJA DE PORCELANA



Mário Russo 
A declaração de independência da Catalunha é um ato irresponsável de um tresloucado político que se deixou aprisionar por um punhado de radicais fanáticos. Numa Europa da solidariedade e de união de regiões, um punhado de “xiitas” fanáticos prefere o “califado” e o isolamento de Espanha, porque estão convencidos que são os mais ricos do país e não querem contribuir solidariamente para o desenvolvimento de outras regiões menos desenvolvidas do país de que fazem parte há vários séculos. Este egoísmo inaceitável num espaço que se pretende justamente de solidariedade para evitar os confrontos clássicos na Europa até à  2ª grande guerra mundial é um contrassenso. A Espanha é um país livre e democrático e o povo da Catalunha não está subjugado por uma força policial de Espanha. A Catalunha tem sido beneficiada economicamente por ser uma região autonómica com características e prerrogativas que outras regiões não têm. Talvez por isso os “anões” caciques da região se levantaram.
Se estivesse em causa a integridade do povo catalão ou a sua liberdade, ainda se poderia entender. Assim, não dá, porque não passa de um capricho de radicais fundamentalistas e individualistas sectários.
O incidente é de uma gravidade sem precedentes na Europa, se o Governo de Espanha não controlar imediatamente a situação, repondo a legalidade, de preferência sem violência, porque de contrário é abrir a caixa de Pandora e criar terreno fértil para os caciques de várias regiões da Europa se agigantarem para tomar o poder, não porque beneficie as populações, mas porque lhes serve os propósitos mesquinhos de poder.
A Europa pode fragmentar-se de tal maneira que será inviável a sua gestão como espaço pensado pelos Pais da União Europeia. Hoje já se vê como é difícil harmonizar interesses difusos de 27 Estados, o que seria com mais de 80 regiões independentes? Uma verdadeira Torre de Babel.
Aos portugueses que estão muito entusiasmados com a Catalunha independente, como a Dona Marisa Matias do BE, cabe a pergunta se os Açores e a Madeira quisessem a independência? Ou o Norte de Portugal quisesse restaurar o Condado Portucalense? Porque é que esta gente é sempre a favor de atos de desobediência, ilegais e terroristas?
Faz algum sentido esta desagregação quando se pretende o contrário, a união respeitosa entre países? Se os catalães não querem ser solidários com os restantes espanhóis vão ser numa Europa, a que dizem querer pertencer? Claro que não, e é melhor que nem tenham a pretensão de querer entrar para a UE, porque será um desastre de gestão de espectativas e terreno para a discórdia.
Acresce que os aventureiros ainda não sabem a dimensão do desastre económico a que estão a candidatar-se apenas para seu gáudio. Seria bom que os catalães moderados saíssem do sofá enquanto é tempo e antes da queda no cadafalso das promessas vãs e loucas de um candidato a mártir, o louco Carles Puidgemont.