António Fernandes |
Tão legitimo que até dói a
constatação dos seguintes factos:
- Já se apurou que a citada
não faz o habitual “trabalho de casa” a que nos habituou e que sempre a
caraterizou. Tanto na Vereação como na Assembleia Municipal, nas Assembleias de
Freguesia, no movimento associativo, cívico, político e, outros movimentos de
cidadãos organizados, assim como todos os cidadãos, individualmente.
A esquerda bracarense:
- Já não se encontra em
tertúlias de café para discutir ideias. Cedeu esses espaços aos movimentos de
cidadãos.
- Já não promove a realização
de encontros de militantes nos locais de residência. As freguesias.
- Já não promove a realização
de encontros por setor de atividade nos locais de trabalho. As fabricas; os
serviços; sedes de sindicatos e outros.
- Já não valoriza a arte como
sendo a sua maior bandeira. Provavelmente a grande maioria daqueles que hoje se
dizem de esquerda nem saberá o significado da obra Guernica de Pablo Picasso,
nem sequer conhecerá a poesia de Pablo Neruda e o seu enquadramento histórico
no Chile de Salvador Allende, e muito menos conhecerá a obra de José Saramago,
um escritor Português a quem foi atribuido o prémio Camões no ano de1995 e o
prémo Nobel da Literatura no ano de 1998... entre outros protagonistas da
esquerda cultral no mundo e de que destaco: José Afonso; Garcia Lorca; Victor
Hugo; Alexander Soljenítsin; Jean-Paul Sartre; entre uma imensa diversidade de
homens da cultura que abraçaram o ideal da liberdade com alma e coração.
A esquerda Bracarense
circunscreveu a sua ação política a sedes partidárias aonde a oratória é
predicado de valia em detrimento de outros valores bem mais altos naquio que
concerne à luta das comunidades locais e dos povos em geral por uma nova
sociedade em que as pessoas sejam olhadas como sendo a essência de toda e
qualquer atividade e não como meros obejetos para uso na transformação de
matérias primas e seus derivados que depois consome em forma de produto final
de acordo com o rendimento de que dispuser sendo que a maior fatia da mais
valia gerada nesse processo será sempre arrecadada por uma nova burguesia
acantonada por detrás de interesses financeiros concertados à escala global
A esquerda que deixou de o
ser, e que, dessa identidade, só ostenta os símbolos, na cidade de Braga,
convenceu-se de que é mais fácil chegar ao poder pela via do populismo sem
sequer se preocupar com os pretextos que usa para esse fim.
Que, diga-se, a direita
exponencial que Marcelo Rebelo de Sousa representa consegue coreagrafar melhor
e tem um ator de nivel bem mais elevado –
Na esquerda Bracarense não
são visíveis quaisquer movimentações organizadas em defesa da cidade enquanto
espaço de domínio publico gerido por agentes políticos, seja na defesa do seu
património; no redimensionamento urbano, viário e rodoviário; zonas verdes e
todos os espaços de lazer; pensar a cidade inteligente desde a residência
unifamiliar aos transportes, serviços, redes de distribuição em geral;
interfaces de escoamento de tráfego de passageiros e rodoviários; servidores de
controlo de segurança, de alojamento turístico, restauração, oferta cultural,
entre muitos outros serviços que já é possível formatar, tratar e alojar em
plataformas de armazenamento para o uso que se lhes quiser dar.
A esquerda Bracarense já não
representa a cidadania, provavelmente nem sequer o seu eleitorado, porque, para
além de não preencher os requisitos acima referidos, nem sequer na denúncia dos
atentados aos direitos conquistados por essa cidadania ao longo das quase cinco
décadas já percorridas após a Revolução de Abril de 1974 e que todos os dias
são perpetrados pela direita instalada no município citadino, se consegue
destacar, quiçá, porque, já não se revê nesses valores e tem da politica local
uma visão meramente poltiqueira.