14/10/2017

AS FALSAS PARTIDAS DA PEQUENA BURGUESIA




António Fernandes 
Começa a ser estranho por comum, haver demasiadas “falsas partidas” na iniciativa política individual da pequena burguesia instalada no poder pela mão de organizações políticas de quem se espera responsabilidade cívica e social para com os compromissos publicamente assumidos aquando da sua constituição na defesa de um conjunto de valores inclusos nos programas de candidatura que apresentam a ciclos políticos a que concorrem e que pontualmente são precipitados por um conjunto de fatores ocasionais arrastando consigo todos aqueles que neles se reveem e que com o seu esforço contribuem para o melhor resultado possível na perspetiva de melhorarem as suas condições de vida.
Na atual fase de desenvolvimento industrial, comercial e de serviços que dispensa a manufatura e por consequência o proletariado convencional, a pequena burguesia emerge em catadupa instalando entre si uma luta intestina pela disputa de lugares que lhes assegurem protagonismo. Uma luta dantesca em diversos domínios sendo que o domínio político partidário é o preferido por ser o de menor exercício mental num meandro de habilidades e contorcionismos duvidosos.
Em resultado desta evidencia o cidadão comum interroga-se com razão sobre aquilo que são, o que querem e para aonde caminham os partidos políticos.
As experiências internacionais com o Syriza na Grécia; o Podemos em Espanha; o Macron em França; entre outros exemplos de poder (Trump nos USA, ou Theresa May no Reino Unido ), de divisão de votos, ou de alternativa para segurar a democracia, são o maior exemplo de que a pequena burguesia de fachada socialista é uma realidade dos tempos que correm. Já não são um perigo eminente. São a forma de poder que é urgente combater.
Os pretextos para se instalarem e que colhem o apoio das populações são os da crise internacional em torno de nuvens de fumo ora relacionados com a economia; ora relacionados com o desemprego; ora relacionados com a saúde; ora relacionados com o ambiente; ora relacionados com a multirracialidade; a xenofobia, as etnias, num universo de diferentes pontos de vista sobre a organização das sociedades de que tiram partido e manipulam a seu belo prazer.
A pequena burguesia de fachada socialista indicia desconhecimento absoluto sobre as suas origens, percurso e destino.
Navegam à vista em barcos sem remos nem calado para enfrentar a mais pequena tempestade ou a profundidade e a temperatura da água.
Presumem-se superiores à média e por isso se ajuízam com direitos que o direito instituído não reconhece.
Talvez por isso o mundo se encontre à beira do abismo e as sociedades Ocidentais em desequilibro latente como acontece na Catalunha aonde o seu Presidente do Governo Autónomo havia dito declarar e, não declarou, a independência que, dizem suspensa...
As partidas em falso a que a pequena burguesia nos está a habituar e, com as quais não podemos pactuar de forma algum