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Daniel Braga |
Depois de 1999 (para o referendo) votei pela
primeira vez para as eleições em Timor-Leste. Dei o meu pequeno contributo. Com
emoção e alegria. Não é importante a quem dei o meu voto. O importante é que
Timor-Leste elegeu em total liberdade e lisura de procedimentos um novo Chefe
de Estado. A democracia funcionou em pleno como leram e exprimiram muitos
observadores internacionais e portugueses. É necessário agora é que o
Presidente eleito - Francisco Guterres Lu Olo – que venceu com cerca de 60 %
dos votos (maioria absoluta) seja agora o intérprete legítimo dos anseios que
lhe foram confiados e o representante fiel de todos os timorenses e não só de
uma fação. Não seja ele apenas o Presidente dos apoiantes da FRETILIN. O cargo
de Presidente da República é muito mais do que ser Presidente de um partido
político. Tem uma carga de maior responsabilidade
como elo de união de todos, sendo uma voz mediadora de conflitos, uma voz
apaziguadora de tensões. Tem de ser um Presidente de afetos e de ajuda na
resolução dos problemas. Tem que possuir esse valor acrescentado. E penso que o
Presidente Lu Olo tem capacidades e virtudes para ser esse pólo aglutinador de
vontades, mediando, aconselhando, reconciliando, resolvendo...
Numa sociedade complexa como a timorense, do
mais variado leque de sensibilidades, haver na figura do Presidente da
República essa noção de que está dotado de um conjunto de prerrogativas
fundamentais para o exercício do cargo, podem trazer graus elevados de
confiança e de apaziguamento, necessários para que o território continue a
fazer o seu percurso. Sem medos, com paz e acreditando a Nação de que é capaz.
Só assim se poderá virar a página e conquistar o futuro.