28/12/2016

ANO NOVO, VIDA NOVA!



António Fernandes 
Ano Novo, vida nova. Dizem.
E todos o querem diferente e feliz. Querem.
Auspicioso. Cheio de êxitos e de sucesso. Anseiam.
Mas, entre aquilo que se quer e aquilo que se consegue, há uma condição incontornável: está ao alcance?
Pois é. Nem sempre aquilo que se quer está ao alcance de quem o quer.
Também dizem que: "querer, é poder."
Aquilo que não dizem é como se consegue a fórmula. O que contam são os feitos; os sucessos; as conquistas;
Das dificuldades e contratempos não dão nota.
- São ninharias! Preocupação das gentes que necessitam de trabalhar honradamente para conseguir reconhecimento a preceito.
E, já agora, com um salário em sintonia com os encargos do quotidiano. Um quotidiano sem megalómanas pretensões mas de acordo com os padrões que uma vida com dignidade exige.
Para que esta singela pretensão  seja conseguida não poderá o comum dos cidadãos pensar que lhe basta querer.
O comum dos cidadãos terá de querer conquistar por via legal aquilo que a Lei fundamental do seu País garante como sendo um direito Constitucional.
Por isso o Ano de 2017 não será diferente dos demais anos. A não ser no facto de que todos teremos iniciado mais um ano de vida.
E da política?
- Da política havemos todos. A fauna e a flora. Num quadro de coexistência possível tal e qual a coexistência possível entre a nossa espécie que é tão, ou mais, complexa, que a biodiversidade equilibrada em habitats naturais.
- Dos agentes políticos, aqueles que elegemos,  esperamos sempre que cumpram o mandato com brio, lisura, transparência, e sobre tudo, com dignidade.
- Da  ciência esperamos sapiência e bom senso e, sobre tudo, paciência. Paciência acutilante para com o mundo e as civilizações. Para com o presente e o futuro. Para com aquilo que são as necessidades dos povos e aquilo que é a invenção de necessidades acessórias.

2017 será como todos os anos passados, um ano de incertezas.
Um ano com uma conjuntura política adversa aos mais pobres.
Um ano em que as tensões políticas, religiosas e militares terão tendência para se agudizar.
Um ano de roturas: financeira; económica; social;
Um ano complicado como complicados tem sido os demais anos.

Este é parte do imbróglio que se nos coloca todos os dias de todos os anos e que temos de resolver.
Não nos bastando para isso querer.
Temos de ter a força e o ânimo necessários para lutar sem desistir nunca. Porque quando desistimos, desistimos de nós próprios e dos nossos.