26/06/2016

FUTEBOL. A ONDA QUE TUDO VARRE...



  
Daniel Braga 
No tempo da outra senhora (sabemos bem que tempo foi esse...) dizia-se que o futebol era o ópio de massas, uma espécie de droga para anestesiar a mente e o raciocínio, para adormecer o povo. Em pleno século XXI, sem Estado Novo, a droga para fazer esquecer o mundo e as realidades dolorosas em que muitas vezes nos movemos, continua a ser o futebol, mas hoje pomposamente designado de desporto popular. A droga é a mesma, talvez um pouco mais refinada, com injeções massivas de programas de desporto, de diretos em telejornais, de entrevistas e debates, a toda a hora do dia, como se o mundo parasse e nada houvesse mais à nossa volta. Ontem como hoje, o futebol continua a ser o ópio do povo, uma espécie de napalm que varre tudo o que nos rodeia deixando uma natureza morta, deserta, sem ideias e sem temas de discussão e de olhares críticos. Apenas e só futebol, futebol e… mais futebol. O mundo está em suspenso e as pessoas transformaram-se em seres autómatos programadas para a multi-função futebol, Euro 2016 e Copa América. Portugal ganhou mais uma vez e está nos quartos de final do Europeu. A anestesia, a alegria e a histeria vão continuar. O País parou, mas continua dentro de momentos.  Atualmente está em estado de "pausa".