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Daniel Braga |
Tendo assistido nos últimos tempos aos
desenvolvimentos da crispação política brasileira, como tendo acompanhado, em
tempos não muito distantes, a todo o processo que envolveu as acusações, prisão
e posterior soltura do antigo PM português, José Sócrates, chego à conclusão,
como cidadão livre e atento, que afinal a corrupção tem duas caras: uma corrupção
de direita, maquiavélica, vergonhosa e toda ela fundamentada em factos
indesmentíveis que condenam de forma assertiva todos os seus protagonistas,
mesmo que ainda não julgados e condenados; e uma corrupção de esquerda,
toda ela baseada em cabalas e teorias conspirativas, em injustiças e atentados
aos mais elementares direitos dos trabalhadores e dos seus protagonistas, mesmo
que ainda não julgados e condenados (como os anteriores, aliás). De uma face, a
total credibilização da justiça, pois os autores de tão condenáveis actos são
aos olhos dos fazedores de opinião, bandidos, corruptos, que merecem a cadeia e
pagar por todo o mal que fizeram. A outra face, a descredibilização da justiça,
vista como o anjo mau de toda a história e causadora ela própria de todo o mal
e atentados à democracia e à liberdade. Os Sócrates, Varas, os Lulas e Dilmas, são os demónios vestidos de
anjos e vítimas, com toda a certeza, de conspirações, má fé e perseguições de
índole político. Os Salgados, os Isaltinos, os Loureiros, as Morgados, os
Carlos Alexandre e os Moros, esses sim os maus da fita, uns corruptos
garantidos e outros justiceiros a soldo de qualquer ordem misteriosa de ataque
aos mais elementares direitos de cada um e colocando a democracia em perigo!
Este histerismo perssecutório de que tudo o que é de Direita é mau e deve ser
punido e tudo o que é igualmente mau de Esquerda é vítima de injustiças e
cabalas de duvidosa proveniência, não consegue perceber e compreender que a
corrupção é só uma, transversal à sociedade, da Esquerda à Direita e que deve
ser unanimemente condenada por ser altamente perniciosa, condenável, criminosa
e lesa Estados. Essa sim, de uma só face
e um atentado às democracias do Mundo livre e que se diz justo e solidário.