06/02/2016

Centeno-espertismo no Orçamento de Estado?



Mário Russo
Tenho lido alguma coisa sobre o esboço do Orçamento de Estado feito por Mário Centeno e apresentado em Bruxelas que me leva a várias leituras.
O Governo PS de António Costa fez promessas e está a cumprir e isso é bom. Um Governo minoritário deve ser de tal modo sério, que não seja por aselhice que caia.
Por outro lado, já se sabe que os burocratas da UE tremem todos só de pensar que uma política anti austeridade possa dar certo, por isso, farão uma guerra contra Costa.
Sabendo disso, o Ministro Mário Centeno, que infelizmente me inspira mais comiseração do que respeito e admiração, como gostaria, tal é a sua imagem de “lunático” ou de Tótó subserviente diante dos senhores de Bruxelas, como Vitor Gaspar (será sina?), que deveria elaborar um documento absolutamente imaculado. Cos diabos, não é assim tão difícil. Até eu que não sou economista faria um em que a matemática não seria ultrajada como ciência oculta. 
Com efeito, fiquei estupefacto com a forma leviana como Mário Centeno expurga despesas reais, como todas as reposições de salários, pensões, eliminação de alguns impostos ou a sua redução, etc., como se fossem despesas extraordinárias. Um orçamento sério deve conter lá tudo, respeitando os pressupostos económicos como é evidente. Podemos não concordar, mas se lá estiverem, veremos. O que é absolutamente inaceitável é o papel de chico-esperto que se faz com um pasquim daqueles, eivado de erros grosseiros de matemática. Um orçamento não pode ser nada mais que duas colunas, uma de despesas (todas) e outra de receitas (todas, estimadas) e no fim deve ser equilibrado o mais possível. O que se tem de negociar é justamente o défice que se apurar.
Agora andar a aldrabar, é criminoso e desacredita o Governo. Não sei como António Costa pode admitir erros de palmatória deste tipo? Como poderá negociar cara a cara com Bruxelas, em ambiente hostil, um orçamento errado nas contas? Depois tem de defender o indefensável, como fez na AR.
Costa deve defender que a austeridade não levou a lugar nenhum e que o défice existente é consequência das políticas de austeridade apadrinhadas por Bruxelas e seguidas como cão de fila por Pedro Passos Coelho, culminando com a venda atabalhoada do Banif por direta intromissão de Bruxelas. Por isso há défice.
Ser contra a austeridade e apresentar um Programa para virar a mesa e rumar noutra direção também exige seriedade. Agora já se fala noutro Centeno-espertismo que é aumento generalizado de impostos através de operações financeiras e sobre automóveis e produtos petrolíferos, defraudando os portugueses, porque mais uma vez é fazer o contrário do que prometeu. Estes impostos vão repercutir em toda a cadeia produtiva e sobre todos os portugueses. Defender os impostos com argumentos ambientais é tão falso como demagógico e foi o que Costa fez.
Assim, meu caro António Costa, não passa de um chico-esperto, com um ministro que não é Centeno, mas CEN TINO.