Mário Russo |
Tenho lido alguma coisa sobre o esboço do Orçamento de
Estado feito por Mário Centeno e apresentado em Bruxelas que me leva a várias
leituras.
O Governo PS de António Costa fez promessas e está a cumprir
e isso é bom. Um Governo minoritário deve ser de tal modo sério, que não seja
por aselhice que caia.
Por outro lado, já se sabe que os burocratas da UE tremem
todos só de pensar que uma política anti austeridade possa dar certo, por isso,
farão uma guerra contra Costa.
Sabendo disso, o Ministro Mário Centeno, que infelizmente me
inspira mais comiseração do que respeito e admiração, como gostaria, tal é a
sua imagem de “lunático” ou de Tótó subserviente diante dos senhores de
Bruxelas, como Vitor Gaspar (será sina?), que deveria elaborar um documento
absolutamente imaculado. Cos diabos, não é assim tão difícil. Até eu que não
sou economista faria um em que a matemática não seria ultrajada como ciência
oculta.
Com efeito, fiquei estupefacto com a forma leviana como
Mário Centeno expurga despesas reais, como todas as reposições de salários,
pensões, eliminação de alguns impostos ou a sua redução, etc., como se fossem
despesas extraordinárias. Um orçamento sério deve conter lá tudo, respeitando
os pressupostos económicos como é evidente. Podemos não concordar, mas se lá
estiverem, veremos. O que é absolutamente inaceitável é o papel de
chico-esperto que se faz com um pasquim daqueles, eivado de erros grosseiros de
matemática. Um orçamento não pode ser nada mais que duas colunas, uma de
despesas (todas) e outra de receitas (todas, estimadas) e no fim deve ser
equilibrado o mais possível. O que se tem de negociar é justamente o défice que
se apurar.
Agora andar a aldrabar, é criminoso e desacredita o Governo.
Não sei como António Costa pode admitir erros de palmatória deste tipo? Como
poderá negociar cara a cara com Bruxelas, em ambiente hostil, um orçamento
errado nas contas? Depois tem de defender o indefensável, como fez na AR.
Costa deve defender que a austeridade não levou a lugar
nenhum e que o défice existente é consequência das políticas de austeridade
apadrinhadas por Bruxelas e seguidas como cão de fila por Pedro Passos Coelho, culminando com a
venda atabalhoada do Banif por direta intromissão de Bruxelas. Por isso há
défice.
Ser contra a austeridade e apresentar um Programa para virar
a mesa e rumar noutra direção também exige seriedade. Agora já se fala noutro
Centeno-espertismo que é aumento generalizado de impostos através de operações
financeiras e sobre automóveis e produtos petrolíferos, defraudando os
portugueses, porque mais uma vez é fazer o contrário do que prometeu. Estes
impostos vão repercutir em toda a cadeia produtiva e sobre todos os
portugueses. Defender os impostos com argumentos ambientais é tão falso como
demagógico e foi o que Costa fez.
Assim, meu caro António Costa, não passa de um
chico-esperto, com um ministro que não é Centeno, mas CEN TINO.