08/12/2015

Artigo de opinião de Joaquim Jorge no PT Jornal



                                                                                     Eleições no PSD Gaia
O PSD vai realizar eleições internas para a eleição da concelhia de Gaia por dois anos. A nova direcção será a que decidirá os candidatos nas juntas de freguesia pelo PSD e os candidatos para o executivo do PSD, à CM Gaia em 2017.
Esta eleição reveste-se de uma importância capital para o futuro de Gaia, para quem não se revê no executivo PS.
Há dois candidatos que até há bem pouco tempo eram "amigos": Firmino Pereira, actual presidente da concelhia apresenta a sua candidatura dia 9 de Dezembro e Cancela Moura, presidente da mesa de Assembleia, que já apresentou a sua candidatura.
As eleições realizar-se-ão no dia 19 de Dezembro.
O PSD deveria ter uma estratégia de unidade na diversidade para tentar levar avante o seu desígnio de voltar a ser poder em Gaia. O PSD tem a vida muito difícil e complicada. Primeiro, ficou órfão de Luís Filipe Menezes que pela lei de mandatos foi arredado da corrida à presidência da CM Gaia. Depois com as suas desavenças internas em que Guilherme Aguiar vindo de Matosinhos, querendo ser candidato e ao saber que não era, bateu com a porta, correndo como independente e arrastando uma divisão que levou à vitória do PS.
O PSD não soube e teve arte para gerir devidamente este dossier e escolheu Carlos Abreu Amorim, um pára-quedista que nada tem que ver com Gaia que nunca conseguiu ter empatia com os gaienses e o seu eleitorado tradicional e flutuante. Dever-se-ia ter escolhido um candidato de Gaia, credível, abrangente e capaz, não tendo que ser necessariamente do PSD. Perdeu inapelavelmente, de uma forma, diria humilhante.
O PS, mesmo assim, não teve maioria. Na formação do executivo foi buscar um vereador do PSD, que lhe dava a maioria absoluta, todavia não contente, ainda foi buscar os três vereadores independentes.
Quero com isto dizer, que é preciso, ter um rumo para a oposição com atitudes e comportamentos. O lema deve ser, unir e não desunir, dialogar em vez de querelas e desavenças.
A integração por Firmino Pereira de Pedro Sousa que foi seu anterior rival é uma boa aposta e um bom indicador. Todavia consta-se a aproximação de Guilherme Aguiar.
Em política já vi quase tudo. Uns a esbofetearem-se e, logo a seguir, a abraçarem-se. A dizerem cobras e lagartos e, logo a seguir, muito amigos e confidentes.
O PSD tem que pensar primeiro no que é melhor para os gaienses e só depois no que é melhor para o PSD.
Que Luís Filipe Menezes pode voltar é uma coisa que deve ser analisada devidamente, mas sem a tralha que o acompanhou nos últimos anos e o prejudicou seriamente. Outra coisa , é integrar pessoas que concorreram contra o PSD e de uma maneira ou de outra contribuíram para a sua derrota.
O PSD deve fazer uma séria catarse contra a falta de escrúpulos e da crueldade de se querer o poder a qualquer custo.
O PSD tem que ser melhor ética e moralmente e não deixar perverter a democracia. Depois desta disputa interna o vencedor deve chamar o vencido e integrá-lo no seu projecto. Deixemo-nos de narcisismos e caça às bruxas. O PSD se quer voltar a ser poder, todos são poucos para se construir uma plataforma credível. Todavia tudo tem um limite. Os traidores, aqueles que se afastaram do PSD de motu proprio, voltarem nesta fase não abona muito a favor do PSD.
Vou estar atento, como gaiense, ao desenrolar dos acontecimentos. De outro modo, os gaienses devem começar a preparar-se para uma alternativa, que não tem que necessariamente passar pelo PSD.
A política precisa do exemplo, que se pense nas pessoas de Gaia, e não , se subordine o bem comum aos interesses de uns tantos ou dos seus partidos.
Gaia precisa de alguém limpo, sem rabos-de-palha. A política em Gaia está banalizada e poluída. Cada vez mais, é necessário outro tipo de pessoas que não se revêem nesta forma de fazer política, enferrujada e do passado, para a causa pública.
O futuro passa por uma democracia reconstruida na ligação premente aos cidadãos . De uma política com as pessoas e para as pessoas, e não, uma política de interesses e de olhar para o próprio umbigo.
Joaquim Jorge 
*artigo de opinião publicado no PT Jornal