Esta semana não fiquei lá muito contente com os encontros dos partidos políticos. Estou apreensivo e começo a ficar desassossegado com o que aí vem.
Os políticos têm obrigação de perceber o que os portugueses pretendem quando dão a sua opinião expressa em votos. Muitos portugueses estão zangados com este governo e não foram votar, outros abandonaram a coligação PSD/CDS e votaram noutros partidos, outros deram mais alguns votos ao PS mas não confiam muito. O PCP manteve a sua base de apoio e o BE surpreendeu como voto de protesto e não só.
Todavia, a conclusão que deve-se tirar destas eleições legislativas, avalizada em estudos de opinião, é a seguinte: "os portugueses querem este governo mas não querem mais austeridade".
Então o que fizeram os portugueses: deram uma maioria relativa ao PSD/CDS e reforçaram um pouco o PS. Isto quer dizer que querem entendimento, diálogo e que se façam acordos.
Quem não o fizer será penalizado em nova consulta eleitoral.
O problema deste rescaldo é que os políticos quando há um acto eleitoral constroem sempre cenários de vitória e extremam as sua posições. Nunca pensam no dia seguinte às eleições e, nem põe a hipótese que os portugueses não querem excesso de poder para um dos lados.
A cedência, diálogo ou acordos é entendida aos olhos dos seus apaniguados como perda da face. E, neste caso, António Costa faça o que fizer está atado de pés e mãos. A sua sobrevivência política no PS passa por ser poder e terá a tentação de formar governo com o apoio do PCP e BE. Se se tivesse demitido teria facilitado a vida politica portuguesa a acordos. O novo líder do PS não estaria refém de promessas e antagonismos exacerbados.
Deste modo, os portugueses nunca votaram num governo PS com o apoio do PCP ou BE. Esta é a minha leitura e interpretação. Essa hipótese deveria ter sido avançada antes das eleições para os portugueses darem a sua opinião.
Eu sou totalmente contra esta desmesurada austeridade, tenho-a aguentada com muito sacrifício e denoto. Mas não tenho idade para viver em constante ió:ió : ora tiram-me tudo ora dão -me tudo.
JJ