26/02/2015

PLACAS DE RUAS





Tereza Halliday
As ruas desta cidade sofrem de muitos males. Um deles, a má qualidade do plaqueamento nas esquinas. A começar pelas placas montadas em canos de ferro. Beneficiam apenas o patrocinador, cujo nome ou marca chama a atenção, enquanto a parte preta com a identificação da rua contém minúsculas letras brancas, de difícil leitura. De noite, os nomes das ruas são invisíveis, enquanto o patrocinador brilha, acima da informação principal, que fica às escuras. Pecam pelo tamanho acanhado das letras, impossíveis de decifrar a meia distância, principalmente quando abreviam nomes longos de forma incompreensível. A insuficiência de placas  é flagrante.  Com o fluxo constante de pessoas de várias procedências, que aqui vem para tratamento de saúde, passeio ou negócios, a falta de identificação em ruas centrais ou periféricas é uma demonstração de descaso pelo visitante, tanto quanto pelo residente. Este também não consegue orientar-se facilmente fora das redondezas de sua moradia. Falta informação. Não importa o status da rua, ela requer placas indicativas em todas as esquinas, mesmo nos cruzamentos secundários.

O ideal seria que, nas placas de ruas com nome de gente,  houvesse referência a quem foi o recebedor da honra.  Brasileiros mais jovens não podem saber quem foi Ataulfo Alves, Vinicius de Moraes. E, com a cultura geral indo por água abaixo, quase ninguém identifica vultos históricos: Osvaldo Cruz, Martin Luther King Jr...  É impossível saber quem foram certas  pessoas sem destaque nacional porém merecedoras de ter seu nome em via pública: D. Maria Carolina, Odete Monteiro, Jemil Asfora,  Seria um ato educativo e respeitoso colocar abaixo de todos esses nomes, breve referência à profissão ou atuação, assim como as datas de nascimento e morte do homenageado.  

Que todas as esquinas tenham placas.  Adote uma esquina. Patrocine uma placa de rua, beco ou praça e cuide dela.  Envie carta ao prefeito propondo parceria - seja padrinho de uma esquina. Vale lembrar estas palavras de Mohandas Ghândi, exemplo de cidadania ativista por meios pacíficos: "Tudo o que você fizer será insignificante, mas é extremamente importante que o faça".